Funcionários de empresa que teve 60 ônibus incendiados serão ouvidos pela polícia

Imagens de câmeras devem ajudar a esclarecer origem das chamas

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  • Nilson Marinho

Publicado em 29 de janeiro de 2018 às 14:20

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Mauro Akin Nassor

Ainda não se sabe o que causou o incêndio na garagem de ônibus do Consórcio Salvador Norte, na madrugada desta segunda-feira (29). Mas, de acordo com a delegada titular da 6ª Delegacia (Brotas), Francineide Moura, a polícia deve utilizar imagens de câmeras de segurança e ouvir funcionários que estavam no momento em que as chamas se espalharam destruindo mais de 60 veículos e causando um prejuízo de pelo menos R$ 12 milhões.

Na manhã desta segunda, um dos diretores da empresa prestou depoimento na 6ª Delegacia. Ele não teve o nome divulgado. Ainda de acordo com a delegada, para a polícia, o diretor informou que ficou sabendo do incêndio poucos minutos depois de os veículos começarem a pegar fogo, por volta de 0h.

Ele estava em casa quando recebeu a ligação de um dos funcionários que estava na garagem tentando controlar o fogo. No entanto, o diretor não soube informar o que teria provocado as chamas."Ele não soube dizer se foi um curto-circuito ou se foi um incêndio criminoso. Também não sabemos precisar o que teria acontecido na garagem. Devemos esperar o laudo da perícia do DPT (Departamento de Polícia Técnica), que já foi solicitada. As imagens das câmeras de segurança também devem nos ajudar nas investigações", explicou a delegada. O incêndio, conta Francineide Moura, começou no meio da garagem onde estavam estacionados os coletivos. Eles estavam já enfileirados em ordem de saída. No momento do incêndio, cerca de 40 pessoas estavam no local. Parte delas deve prestar depoimento nos próximos dias.

"O fogo começou do meio para o fim. Na garagem estavam eletricistas, vigias e ajudantes de limpeza que vão prestar depoimento", acrescenta a delegada.

Ao todo, 240 veículos estavam estacionados no local. A Salvador Norte conta com 874 ônibus, além de 80 veículos da frota reserva. Eles ficam em cinco garagens. Além da que foi atingida pelo incêndio, há duas em Pirajá e duas em São Cristóvão. 

Segundo Daniel Mota, diretor de comunicação do Sindicato dos Rodoviários, o fato de os tanques dos veículos estarem cheios no momento do incêndio contribuiu para uma reação em cadeia.

"Toda noite, os tanques são cheios com óleo (diesel). As explosões dos tanques cheios foram fulminantes, o que provocou uma sequência de explosões", conta o sindicalista. 

Incêndio As chamas começaram em um coletivo por volta de 0h e se alastraram para outros que estavam estacionados no pátio, que fica na Avenida Santiago de Compostela, na garagem da antiga empresa BTU, no Parque Bela Vista, Brotas. 

Segundo informações do Centro Integrado de Comunicações (Cicom) da Secretaria da Segurança Pública (SSP), uma testemunha ligou para a polícia por volta de 0h20. As explosões assustaram moradores durante a madrugada. O Corpo de Bombeiros Militar foi acionado e a situação só foi controlada por volta de 4h20.

De acordo com o secretário municipal de Mobilidade Urbana, Fábio Mota, 47 ônibus foram completamente incendiados e cerca de 10 ficaram parcialmente queimados. No total, afirma Mota, 60 veículos estão fora de circulação. 

Os ônibus que foram destruídos pelas chamas atendiam aos bairros da Brotas, Santa Cruz, Pituba, Boca do Rio, Rio Vermelho, Vale das Pedrinhas e Nordeste de Amaralina. Durante a madrugada, alguns veículos de outras empresas foram remanejados para tentar diminuir os prejuízos.