Imóvel em Trancoso vai a leilão para saldar dívida do primo de Serra

Casa pode ser negociada por R$ 30 milhões; pregão ocorre na próxima segunda

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  • Mario Bitencourt

Publicado em 19 de abril de 2018 às 04:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Gabriel Carvalho/Setur

Avaliada em R$ 60,2 milhões, uma área de 112 hectares, próxima ao mar de Trancoso, em Porto Seguro, no Extremo Sul da Bahia, irá a leilão para saldar uma dívida, junto ao Banco do Brasil, do empresário Gregório Marin Preciado. Espanhol naturalizado brasileiro, ele é primo do senador José Serra (PSDB), a quem já fez doações em campanhas eleitorais e está envolvido num esquema de propinas durante a compra, pela Petrobras, da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA).

A dívida é referente a um empréstimo de Preciado feito em 1993, no valor de 2,5 milhões de dólares. No processo de cobrança, a dívida aparece em 2005 com o valor de R$ 28.248.911,78. O leilão que será virtual está marcado para 9h da próxima segunda-feira (23). O Banco do Brasil, que não quis se manifestar, alegando sigilo bancário, e a defesa de Preciado não confirmaram o valor atual da dívida. A empresa que realizará o leilão diz que o imóvel pode ser negociado por R$ 30,2 milhões.“Ainda não fomos notificados desse leilão e vamos recorrer para tentar anulá-lo assim formos comunicados pela Justiça”, declarou o advogado Vagner Aparecido Alberto, que está na defesa de Preciado no caso.Alberto também defende o primo de Serra no caso de Pasadena. Em 18 de dezembro, Preciado e mais dez pessoas foram denunciadas por corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo R$ 17 milhões, na compra da compra de 50% de Pasadena pela Petrobras.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), em 1º de setembro de 2006 a Astra Oil e a Petrobras assinaram um acordo de fechamento da negociação para compra de Pasadena.

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Logo após, um outro denunciado, Alberto Feilhaber (ex-vice-presidente da Astra Oil), e funcionários corrompidos da Petrobras fizeram uso de contrato fraudulento de consultoria firmado entre a Astra Oil e a empresa Iberbras Integración de Negocios Y Tecnologia, de propriedade de Preciado, “para concluir o pagamento da propina”.

Assim, a Astra Oil transferiu, em 10 de outubro de 2016, o valor de US$ 15 milhões para a conta da empresa Iberbras, no banco Caixa Bank, na Espanha, conforme mostram documentos e informações bancárias obtidos durante a investigação, inclusive por meio de cooperação jurídica internacional.

O advogado Vagner Aparecido Alberto declarou que foi notificado da denúncia do MPF na sexta-feira passada e que ainda não parou para estudar o caso. “Na segunda-feira (16) começou a contar meu prazo, tenho dez dias para fazer a defesa”, informou.