Instituto Wesley Rangel e Funceb firmam parceria de cooperação técnica

Com a parceria, as iniciativas musicais do estado passam a contar com a estrutura física e técnica do Instituto. Durante o evento, foi lançada também a campanha Amigos do Wesley Rangel para incrementar as ações da instituição

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 8 de agosto de 2017 às 21:59

- Atualizado há um ano

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A banda É o Tchan fez pocket show durante o evento, nesta terça (08), no Instituto Wesley Rangel (Foto: Betto Jr)  “O homem não morre quando deixa saudades”. As palavras do pai do cantor e compositor Roberto Mendes, ditas pelo filho, resumiram a emoção na sede do Instituto Wesley Rangel (IWR), no final da tarde de ontem, durante assinatura do convênio de cooperação técnica entre a instituição e a Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb).

A partir dessa formalização, as políticas públicas do Estado para a música passam a contar com a estrutura física e técnica do Instituto. Este, por sua vez, dará continuidade e ampliará as ações artístico-culturais desenvolvidas nos Estúdios WR durante a gestão do seu fundador, o visionário Wesley Rangel, que morreu em 2016.   Nas palavras de Mendes, revive-se a presença do homem que foi um dos responsáveis pelo lançamento de diversos artistas baianos para o Brasil e para o mundo. “Aqui se pretende doar um tempo e um templo para que os novos talentos continuem brotando, florescendo e prosperando e isso é a expressão da alma de Wesley”, completou o compositor santoamarense.   Para a filha de Wesley e gerente administrativa do Instituto, Aline Rangel, essa parceria estabelece uma ferramenta importante para implementar projetos diversos, como aqueles que preveem a formação de técnicos de som, além de oficinas diversas para a formação contínua do músico profissional. “Queremos implementar um centro de referência da música da Bahia nesse espaço e a assinatura desse convênio é o primeiro passo”, completa. O cantor e compositor Roberto Mendes destacou a importância do produtor Wesley Rangel para a música baiana (Foto: Betto Jr.) Durante a solenidade, foi lançada uma campanha intitulada Amigos de Wesley Rangel, com o objetivo de unir esforços em nome das ações do IWR. “Essa data é muito especial, pois meu pai estaria fazendo 67 anos”, diz Aline, hoje à frente do empreendimento que mudou a história da música baiana.

Se depender do cantor Lazinho, do Olodum, não faltará empenho para contribuir com a proposta do IWR. “Sempre quando precisamos, tivemos o apoio de Wesley, então é natural que haja essa retribuição”, disse o cantor, que esteve presente ao evento e recordou a época em que o estúdio funcionava na Graça. “Faremos o que for possível”, garantiu.

Gerônimo Santana também relembrou emocionado os tempos em que as gravações e o uso do estúdio era feito na base da confiança. “Muitos músicos não tinham dinheiro e ele confiava em fazer a gravação para acertar depois e isso foi um super investimento para aquelas carreiras tão jovens”, disse. 

A coordenadora de Música da Diretoria das Artes (Dirart) da Funceb, Alessandra Pamponet destaca que a parceria aproxima as iniciativas pública e privada, fortalece a cultura local, além de possibilitar uma troca de conhecimentos muito rica.O evento contou, aindam com as presenças de artistas como as bandas Olodum, É o Tchan e Adão Negro. 

Durante o evento, os artistas homenagearam Wesley Rangel com apresentações curtas. Também participaram os novos talentos da música da Bahia selecionados pelo projeto WR de Portas Abertas, iniciativa do Instituto WR no primeiro semestre, contemplada pelo Edital Setorial de Música 2016.

Wesley Rangel foi o nome por trás de artistas como Luiz Caldas, Ivete Sangalo, Daniela Mercury, Edson Gomes, além de também ter trabalhado com grupos como Chiclete com Banana, Timbalada, É o Tchan e Araketu. Natural de Iramaia, na Chapada Diamantina (409 km de distância da capital baiana), Wesley se graduou em Administração de Empresas e depois em Direito, com especialização em direito autoral.