Juiz do MT recebeu mais de R$ 503 mil em um mês: 'tô nem aí'

O juiz Mirko Vincenzo Giannotte recebeu quantia corresponde a 536 salários mínimos. O valor está indicado no Portal de Transparência do Poder Judiciário do estado

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  • Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2017 às 13:45

- Atualizado há um ano

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Em um único mês, o juiz da 6ª Vara da Comarca do muncicípio de Sinop, no Mato Grosso, Mirko Vincenzo Giannotte, recebeu o pagamento de R$ 503,9 mil no início de agosto, que corresponde a 536 salários mínimos. A quantia está indicada no Portal de Transparência do Poder Judiciário do estado. 

Segundo o Tribunal de Justiça do Mato Grosso, a explicação do alto salário é que uma parte dessa quantia correspondente ao restante do pagamento do período de 2004 a 2009 em que Giannotte trabalhou recebendo menos do que deveria em uma outra comarca de porte superior.  O juiz Mirko Vicenzo Giannotte (Foto: Divulgação/TV-MT) De acordo com a explicação da quantia, os R$ 503,9 mil recebidos pelo juiz estão divididos em R$ 300,2 mil de remuneração, R$ 137.522 de indenizações, R$ 40,3 mil de vantagens individuais, R$ 25,7 mil de gratificações e R$ 2,5 mil de diárias.

Ao jornal O Globo, o juiz disse que não se importava com a polêmica criada sobre o valor recebido "Eu não 'tô' nem aí (sobre a polêmica). Eu estou dentro da lei e estava recebendo a menos. Eu cumpro a lei e quero que cumpram comigo",  disse o magistrado. Ele diz que ainda aguarda julgamento de pagamento de outros passivos estimados em R$ 750 mil. "E quando isso acontecer eu mesmo vou colocar no Facebook", disse o juiz.

Mirko, no entanto, não é o único juiz bem pago do Mato Grosso. Segundo as informações do site "G1", outros juizes do mesmo estado também obtiveram vencimentos em altas quantias no mês de julho. Apesar do teto constitucional atual ser de R$ 33,7 mil, 64 magistrados teriam recebido mais de R$ 100 mil e outros nove receberam valor superior a R$ 300 mil. 

Uma comissão criada no ano passado pela Corregedoria Nacional de Justiça, composta por cinco juizes, apura desde então os salários dos magistrados.