Justiça anula testamento que beneficiava viúva da Mega-Sena

Condenada por matar o marido, Adriana Ferreira teria direito a metade dos bens do milionário

Publicado em 8 de fevereiro de 2018 às 12:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: AFP

A Justiça do Rio de Janeiro anulou o testamento do milionário Renné Senna, ganhador da Mega-Sena, que beneficiava a viúva Adriana Ferreira de Almeida. Ela foi condenada a 20 anos de prisão por matar o marido. No testamento, Renné deixava para Adriana metade dos seus bens. Ele acumulou fortuna de R$ 52 milhões ao ganhar o prêmio da na Mega-Sena. O restante da herança ficaria com a única filha dele, Renata Senna. A Justiça, no entanto aceitou o recurso da família e anulou o testamento. 

De acordo com o desembargador Elton Leme, o documento feito em 2006 não tem validade por favorecer a viúva. Segundo ele, Adriana "não estava legitimada a receber a herança em razão de ter sido condenada criminalmente pela morte dolosa de Renné". 

O crime aconteceu em 2007, dois anos após a vítima ter ganhado o prêmio da Mega-Sena. Em 2011, Adriana foi inocentada, mas a sentença foi anulada pelo Tribunal de Justiça em 2014 depois que o motorista Otávio dos Santos Pereira, genro de Renné, denunciou a quebra de incomunicabilidade entre dois jurados. 

Os assassinos do milionário foram identificados como Anderson de Souza e Ednei Pereira, ex-seguranças da vítima e que teriam sido contratados por Adriana. Eles foram condenados a 18 anos de prisão cada, em 2009. O relacionamento entre Renné e Adrina, 25 anos mais nova do que ele, começou em 2005, pouco depois que ele foi sorteado. 

De acordo com pessoas próximas, o homem tentava se aproximar dela antes, mas só conseguiu engatar o romance após conquistar o prêmio. Renné chegou a colocar Adriana como herdeira em seu testamento. Os dois moravam em uma fazenda que na época estava avaliada em R$ 9 milhões.