Lívia Mattos lança disco de estreia com show no Teatro Vila Velha

Apresentação acontece nesta quarta-feira (22), às 20h, com ingresso a preços populares

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  • Laura Fernades

Publicado em 20 de novembro de 2017 às 06:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Cisco Vasques/Divulgação

Completando a boa safra de lançamentos da música baiana, a sanfoneira e cantora Lívia Mattos, 31 anos, apresenta seu álbum de estreia: Vinha da Ida (Natura Musical). Fruto das idas e vindas de Lívia nesses quase dez anos de estrada, o disco produzido por Alê Siqueira reflete as andanças e encontros musicais dessa artista que é “virada no 440 volts”. “Não é nem 220, viu!”, brinca ao telefone.

Por conta desse trânsito, Vinha da Ida reúne os diferentes sotaques do acordeom que sempre estiveram presentes na trajetória de Lívia, sanfoneira da banda do cantor paraibano Chico César há pelo menos seis anos. É isso o que o público confere no show de lançamento do disco que acontece nesta quarta-feira (22), no Teatro Vila Velha, às 20h, com ingresso a R$ 20 | R$ 10.

Quem for conferir a apresentação vai perceber que a cantora - formada no Circo Picolino e bacharel em Sociologia - transita por diferentes influências. Do lirismo seresteiro ao baile caribenho, passando pelo universo nordestino com fortes referências circenses, Lívia apresenta dez composições autorais de atmosfera solar.

Duas delas são feitas em parceria com o acordeonista franco-português Loïc Cordeone e uma com o guitarrista baiano Jurandir Santana. Além deste, responsável pela direção musical das canções que contam com músicos na Bahia, a exemplo do percussionista Gabi Guedes, Chico César é um dos convidados do disco, assim como o acordeonista paulista Toninho Ferragutti e o cantor e pianista pernambucano Zé Manoel, com quem Lívia montou um show conjunto recentemente.

Esses artistas que fizeram parte da caminhada da sanfoneira não vão participar do show de quarta, mas o público vai poder conferir o resultado dessa mistura sonora que apresenta outras possibilidades para a sanfona além do xote, maracatu e baião. “É uma coisa híbrida, onde você não nega suas referências, mas dilui. Essa circularidade geográfica está super presente, mas não está de forma óbvia”, explica Lívia.

À primeira vista, continua a artista, as pessoas ficam sem saber de onde vem o seu som. “Não é forró, mas é forró, e não é uma música tradicional de circo. É uma música muito livre. Tem a ver com minha trajetória de caminhada, música de quem vai, música de estrada, de andar por muitos cantos, impossível não se misturar”, garante.

Salitre A partir da mistura do acordeom com instrumentos como tuba, guitarra baiana, bandolim e bateria (com direito a duas no dia do show), Lívia Mattos canta temas cotidianos que incluem o universo do circo e da vida litorânea. “As músicas têm uma unidade que permeia esse lugar de uma sanfoneira que é do Recôncavo, não do sertão, que toca na cidade portuária, que pega embarcações. É um disco bem de salitre!”, diz Lívia rindo.

No processo criativo, a artista encontrou palavras que se repetiam e se conectavam com sua trajetória: perto, longe, razão, chão. Algumas foram compostas há dez anos, outras foram feitas recentemente para o disco que “veio num tempo bom, como uma fruta madura do pé que caiu saborosa”, garante. “Tem muito mar, é um disco molhado de salitre, suor, choro, circo. São milhões de emoções juntas”, comemora.

Serviço O quê: Show de lançamento do disco Vinha da Ida, de Lívia Mattos Quando: Quarta-feira (22), às 20h Onde: Teatro Vila Velha (Campo Grande | 3083-4600) Ingresso: R$ 20 | R$ 10