Livro traz poemas de Bukowski sobre gatos, os animais que ele mais admirava

Por Hagamenon Brito

Publicado em 20 de setembro de 2017 às 06:00

- Atualizado há um ano

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Animais de estimação preferidos dos escritores (e reis das redes sociais), os gatos têm uma imensa galeria de adoradores letrados. Notáveis de variadas nacionalidades, como Jorge Luis Borges, Jean Cocteau, T.S. Eliot, Guimarães Rosa, Julio Cortázar, Ray Bradbury, Lygia Fagundes Telles, Raymond Chandler, Ernest Hemingway, Ferreira Gullar, Stephen King e Bukowski. E, obviamente, eles inspiraram textos desses fãs especiais. Nova edição de Sobre Gatos tem imagens do escritor Charles Bukowski com vários dos seus felinos: esse da foto é Manx (Foto: Divulgação) Poeta da sarjeta e da ressaca, o alemão-americano Charles Bukowski (1920-1994) chegou a ter vários felinos ao mesmo tempo. Espécie de beat honorário, embora jamais tenha se associado à turma de Jack Kerouac, Burroughs e Allen Ginsberg, o Velho Safado via os peludos ronronantes como professores, sábios, caçadores, misteriosos, vagabundos e sobreviventes - como ele próprio.

Em nova edição que inclui várias fotos de Bukowski com seus felinos, o livro Sobre Gatos (L&PM | R$ 29,90 | 139 páginas | tradução de Rodrigo Breunig) reúne poemas e textos em prosa do escritor sobre esses seres sensíveis cujo olhar inquietante parece penetrar as profundezas da alma.

Para Abel Debritto, biógrafo do autor, se o personagem Henry Chinaski (protagonista de cinco dos seus livros) era o alterego de Bukowski, os gatos são seu alterego de quatro patas. Ao falar de gatos,  o último “maldito” da literatura americana discorria sobre seu assunto predileto: ele mesmo. "Você tem um gato? Ou gatos? Eles dormem, baby. Eles conseguem dormir vinte horas por dias e são lindões. Sabem que não há motivo algum para grandes exaltações. A próxima refeição. E uma coisinha para matar de vez em quando. Quando estou sendo rasgado pelas forças, simplesmente olho para um ou mais dos meus gatos. Há nove deles. Simplesmente olho para um deles dormindo ou meio-dormindo e relaxo. Escrever também é meu gato. Escrever me permite encarar a coisa. Esfria minha cuca. Por algum tempo, pelo menos. Aí me dá um curto-circuito e preciso fazer tudo de novo”, diz na página 115.

No poema Nossa Turma, Charles Bukowski enternece e diverte com maestria: “Eu queria batizar nossos gatos de/ Ezra, Céline, Turguêniev/ Ernie, Fiódor e Gertrude/ Mas sendo um cara legal/ deixei minha esposa batizá-los e ficou: Ting, Ding, Beeker/ Bhau, Feather e Beauty./ Nem mesmo um Tolstói no maldito lote todo”. Como resistir? Meow!

Mãe! estreia amanhã e reúne Jennifer Lawrence e Javier Bardem

Suspense psicológico sobre amor, devoção e sacrifício, e com muitas referências bíblicas, Mãe! estreia amanhã nos cinemas brasileiros. Dirigido pelo americano Darren Aronovsky (Cisne Negro, Noé), traz Javier Bardem e Jennifer Lawrence como um casal que tem sua rotina alterada com a chegada de visitantes (interpretados por Ed Harris e Michelle Pfeiffer). A casa acaba por virar cenário de destruição e violência. O filme dividiu opiniões nos festivais de Veneza e Toronto. 

Veja o trailer de Mãe!

Xenia França apresenta suas armas Xenia França, vocalista do grupo Aláfia: baiana radicada em São Paulo (Foto: Tomas Arthuzzi/Divulgação) Baiana radicada em São Paulo e integrante da banda Aláfia, Xenia França lança o seu primeiro álbum solo dia 29. Influenciado pela cultura yorubá e os ritmos cubanos e baianos, o primeiro single do disco é Pra Que Me Chamas? e aborda questões relativas à apropriação cultural. "A estética dessa composição vem com uma nova roupagem para a herança musical deixada pelos meus ancestrais”, ressalta a cantora. Ouça o single.