Manifestação pede requalificação do Solar Boa Vista

Manifestantes querem que o espaço seja transformado num complexo cultural

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  • Luan Santos

Publicado em 17 de março de 2018 às 21:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arisson Marinho

Tombado pelo Iphan e considerado patrimônio mundial cultural pela Unesco, o Parque Solar Boa Vista, do século XVIII, que já foi sede da prefeitura de Salvador, está abandonado desde o incêndio ocorrido em 2013 no casarão principal, que abrigava a Secretaria Municipal da Educação. O imóvel, que já foi habitado pelo poeta Castro Alves, sofre com a degradação, assim como os demais equipamentos do local. 

Para protestar contra a situação, moradores de Brotas, integrantes de grupos musicais e de instituições religiosas realizaram um ato, ontem, para pedir a requalificação do espaço. “Estamos lutando para a reforma deste importante equipamento da cidade, que, além da riqueza cultural, é também um espaço de lazer para a comunidade”, diz Marcelo Maia, representante da Associação de Resgate da Cultura Educacional da Bahia (Arceb), que organizou o ato. 

Eles iniciaram as ações com uma caminhada pelo Engenho Velho de Brotas e seguiram para o Solar, onde realizaram uma roda de capoeira e atividades musicais, comandadas pelos grupos de samba junino  tradicionais da região. 

Segundo Maia, o governo do estado, que tem a posse do parque, planeja fazer no local um complexo de saúde, com central de laudos e de feridos. “Imagine você ter aqui uma central de feridos e laudos e pessoas ocupando o espaço público para atividades esportivas e de lazer?”, questiona ele, que está recolhendo assinaturas para sugerir ao governo que faça do local um grande complexo cultural. Ele já conseguiu cerca de 2 mil assinaturas. 

“O Casarão onde viveu Castro Alves tem tudo para ser um museu, e os demais equipamentos podem abrigar espaços para cursos para a comunidade, áreas de lazer, para piquenique, pista de skate”, defende Maia.