Mantega era contato do PT para propinas, afirma dono da JBS

Mantega foi alvo da 34.ª fase da Lava Jato, em setembro do ano passado

  • D
  • Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2017 às 23:18

- Atualizado há um ano

No acordo de delação que firmou com a Procuradoria-Geral da República, o empresário Joesley Batista afirmou que o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega intermediava pagamentos de propina a parlamentares do PT. Segundo o jornal O Globo, executivos da JBS afirmaram em depoimento que o então ministro era uma espécie de operador do grupo no BNDES.Mantega era contato do PTJoesley disse aos procuradores que Luciano Coutinho, então presidente do banco público de fomento, era duro nas negociações, mas que, muitas vezes, Mantega participava das reuniões e os negócios fluiam de forma mais fácil. O dinheiro de propina que Mantega recebiada empresa, segundo o relato dos delatores, seria destinado ao partido, e não ficava para ele.

Mantega foi alvo da 34.ª fase da Lava Jato, em setembro do ano passado, quando chegou a ser preso temporariamente, mas solto no mesmo dia por decisão do juiz Sérgio Moro. Na ocasião, ele foi detido por agentes da PF quando acompanhava a mulher em uma cirurgia no hospital. Palocci A delação da JBS cita ainda a participação do ex-ministro Antonio Palocci, que também negocia um acordo de colaboração com o Ministério Público Federal.

O ex-ministro, segundo Joesley, foi contratado pelo grupo para prestar consultoria e ajudar a empresa como uma espécie de “professor de política” a executivos. Apesar de não ter interferido nos pleitos da empresa no BNDES, o ex-ministro da Casa Civil de Dilma Rousseff teria pedido doações via caixa 2 para a campanha da petista.

Empresa Em apenas dez anos, os negócios da família Batista cresceram de forma vertiginosa. O frigorífico JBS, que faturou R$ 4,4 bilhões em 2007, quando iniciou sua internacionalização, anunciou nesta semana um faturamento de R$ 170 bilhões. Quase 40 vezes mais do que há dez anos. Os negócios se diversificaram na mesma proporção. Avançou para o setor avícola e para o de alimentos processados. Com recursos do BNDESPar, comprou as principais empresas dos Estados Unidos do setor, como a Pilgrim's. Fez uma fusão com o então maior frigorífico do País, o grupo Bertin, além de partir para o ramo de celulose, a primeira empresa a ser investigada e da qual contou com financiamento de fundos de pensão. 

[[saiba_mais]]