MEC suspende novos cursos de medicina

A suspensão sugerida pelo ministro deverá preservar dois editais que estão em andamento

Publicado em 18 de novembro de 2017 às 20:12

- Atualizado há um ano

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O Ministério da Educação vai suspender por cinco anos a criação de novos cursos de Medicina no país. A medida foi sugerida pelo ministro titular da pasta, Mendonça Filho, ao presidente Michel Temer e deverá ser formalizada em dezembro, com a publicação de um decreto. A estratégia é adotada após forte pressão de entidades de classe, contrárias ao expressivo aumento das vagas em graduações da área nos últimos anos, sobretudo depois da Lei do Mais Médicos.

Nos últimos meses, pelo menos quatro encontros foram realizados entre MEC e associações de classe para discutir o assunto. "A expansão de vagas de forma desordenada pode colocar em risco a qualidade de ensino", disse Mendonça Filho. "Para aumento de escolas, é preciso haver a infraestrutura necessária e um corpo docente com formação adequada".

A suspensão sugerida pelo ministro, no entanto, deverá preservar dois editais que estão em andamento. A estimativa é de que pelo menos 35 escolas deverão ser formadas. De um total de 2.305 vagas previstas em todo o país, 710 em 11 cursos foram liberadas para início das atividades em agosto, em 11 cidades de Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro  e São Paulo.

"O ideal era que também esses editais fossem suspensos", afirma o vice-presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Diogo Leite Sampaio. Hoje há no país 298 escolas de Medicina. "Um crescimento muito significativo. Em 2010, eram 152", observa. Para ele, a expansão foi feita sem que se observassem critérios.