Megaconcerto de 10 anos do Neojiba reúne 1.200 músicos e emociona plateia

Terceiro dia de comemoração dos 10 anos de existência do programa levou 5 mil pessoas à Concha

Publicado em 22 de outubro de 2017 às 06:02

- Atualizado há um ano

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Brilho nos olhos, sorriso no rosto, felicidade e, acima de tudo, esperança. Cada um dos 1.200 jovens que se apresentaram no concerto comemorativo de 10 anos do Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (Neojiba) -  programa do Governo da Bahia que promove integração social de crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade -, fez a diferença no show realizado na Concha Acústica do TCA, ontem.

Terceiro e último dia de comemoração, o evento levou cinco mil pessoas à Concha. Com a plateia recheada de familiares e amantes da música erudita, o megaconcerto reuniu integrantes da Orquestra Juvenil da Bahia, da Orquestra Castro Alves, da Orquestra Infantil da Bahia, dos Coros Juvenil e Sinfônico, além dos membros integrantes dos 11 Núcleos de Prática Musical, sediados em Salvador, Simões Filho, Feira de Santana, Trancoso e Vitória da Conquista.

Ovacionado pelo público, o maestro baiano Ricardo Castro, diretor artístico e fundador do Neojiba, começou a reger as orquestras e o coral com a cantata cênica Carmina Burana. Além de entoar um cordel de agradecimento, o regente anunciou a campanha Neojiba 100 Anos: “Nós estamos apenas começando. Lançamos a campanha porque o Neojiba não é para mim ou para você, ele é para o futuro e para as nossas crianças. Ele é um instrumento de paz”. “É incrível saber que no momento em que o país passa por tantas dificuldades, você tem mais de mil jovens e crianças com brilho nos olhos. A gente conseguiu plantar essa semente de esperança, de beleza, de futuro melhor por meio dessa prática”, comemorou o maestro.

A pequena Júlia Avelino, 7, que flautista desde os 4 anos no projeto, imitava os movimentos do regente e estava empolgada em tocar pela primeira vez na Concha. “Eu estou muito alegre. É a minha primeira vez aqui, mas eu já toco há três anos”, contou.

Mônica Estrela, 40 anos, tem dois filhos no projeto: Luan, 8, e Rafael, 10. Luan, que toca flauta doce no núcleo da Cidade Baixa, está há dois anos no projeto: “Ele ganhou postura, força de vontade na escola e é um aprendizado sempre”, disse Mônica.

Mesmo quem não foi ver familiares, estava presente para apreciar a música clássica. Foi o caso do casal Glésia Evangelista, 34, e Raimundo Lima, 54. Eles contam que curtem música erudita e também o Neojiba. Quando questionados qual parte eles gostaram mais, não conseguiram definir: “Estamos gostando de tudo!”. Começando com música erudita, o megaconcerto terminou em Carnaval - e não podia ser de outro jeito. Após todas as apresentações, os parabéns cantado para o Neojiba e puxado pela plateia empolgadíssima e de pé, os 1.200 músicos se uniram numa grande banda e saíram dançando da Concha Acústica ao som do Frevo das Vassourinhas, com sorriso nos rosto. Cerca de 1,2 mil jovens se apresentaram ontem (21), na Concha Acústica do TCA, sob regência de Ricardo Castro (foto/Evandro Veiga) Orquestra Infantil da Bahia Como ação comemorativa dos 10 anos, um projeto antigo do Neojiba saiu do papel: a Orquestra Infantil da Bahia, que reúne 100 crianças entre 9 e 15 anos, de 17 cidades da Bahia, que se apresentou pela primeira vez na sexta no Teatro Castro Alves e pela segunda na Concha Acústica no sábado (21).

O coordenador do projeto, Marcos Rangel, conta que crianças vieram para Salvador e ficaram durante 10 dias sendo treinados. “Eles se juntaram, trabalharam o repertório de manhã até de noite durante esses dias. Eles aprenderam muito e tenho certeza que vão voltar com esses ensinamentos para a cidades deles”, conta.

Uriel Henrique, 13 anos, faz parte dos 100 integrantes do projeto. Ele conta que é de Salvador e passou para integrar o novo projeto do Neojiba. “Foi um trabalho incrível. Tem vários meninos do interior e eu nunca sabia que eu ia passar, foi uma emoção danada, fiquei muito alegre”, disse. O menino ainda comemorou a apresentação na Concha: “Eu estou muito feliz. Caramba! Vou fazer um solo e não tenho palavras para explicar a minha emoção”, disse.

“A música é a forma deles entenderem que a excelência que eles fazem com o instrumento, deve ser levado a todas as coisas que eles irão fazer ao longo da vida”, disse o coordenador Marcos Rangel, emocionado.

História Ao todo, o projeto que busca promover a integração social de crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade, já se apresentou publicamente mais de 854 vezes contando com o público total de 500 mil pessoas. Dentre as apresentações, o grupo fez sete turnês internacionais que passaram pela Europa e pelos Estados Unidos. O Núcleo mantém 12 Núcleos em cinco municípios baianos e apoia 42 projetos e filarmônicas de 36 municípios e 15 Territórios de Identidade do Estado, reunidos na Rede de Projetos.