Motomura sugere fusão de tendências para uma integração global

Workshop com participantes do seminário Conexões utilizou método do Amana Key para criar futuros possíveis

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  • Andreia Santana

Publicado em 27 de setembro de 2017 às 23:25

- Atualizado há um ano

. Crédito: Betto Jr./CORREIO

As inspirações da palestra de Oscar Motomura na abertura do seminário Conexões serviram de base para o workshop comandado pelo especialista, durante  programação vespertina do evento. Mais uma vez encantando a plateia ávida por seus ensinamentos - a sala onde ocorreu o workshop ficou lotada -, sempre transmitidos em um de tom de voz sereno e acolhedor, Motomura trabalhou a questão Fusão de megatendências de mudança poderá surpreender?, utilizando o conteúdo do Baralho de Tendências do Grupo Amana Key, recurso que ele costuma adotar nos cursos oferecidos pela empresa.

Logo no começo das atividades, Oscar contextualizou o que seriam as possíveis  transformações globais, presentes nos 50 itens do baralho, e explicou que a fusão do título da oficina tinha o significado de integração, seja de tecnologia ou  conhecimento. "A ideia é trabalharmos a fusão no sentido de unir as coisas, sem limites rígidos entre as áreas de conhecimento. Se pensarmos nas universidades, veremos que os cursos são fragmentados, perderam o sentido de universalidade", exemplificou.

Depois, Motomura pediu que o público marcasse cada uma das tendências prováveis para o futuro mundial com as escalas: ‘Isso tem tudo a ver comigo’, ‘isso tem mais ou menos a ver comigo’, e, ‘isso não é relevante’.

Na sequência, o público foi convidado a formar grupos para ‘unir tendências’ em diversos cenários possíveis. O  especialista, então, lançou uma questão para a qual os grupos deveriam encontrar sugestões  coletivas. "Se a gente juntar essas tendências de futuro, que ideias surgem para a Bahia? Que ideias inovadoras surgem sobre movimentos estratégicos que o estado deveria desencadear?", provocou.

A atividade estabeleceu uma conexão  entre muitas pessoas que sequer se conheciam antes do  workshop. Voltados uns para os outros, os participantes projetaram cenários do que esperavam para o estado. As sugestões não foram concluídas, mas o foco do workshop era provocar reflexão e discussão.

Para instigar a plateia, a cada cinco minutos de debate entre os grupos, Motomura oferecia estímulos por meio de vídeos com animações e exemplos de trabalhos coletivos, como o de uma comunidade em Cubatão, São Paulo, que se engajou para conseguir água encanada e urbanização sem depender completamente do poder público.

A premiada animação Vida Maria, do cineasta Márcio Ramos, emocionou o público ao lançar na equação inicial proposta por Motomura, a incômoda variável das diferenças sócioeconômicas do país.

"Não adianta pensar em PIB (Produto Interno Bruto) se não pudermos pensar em FIB (Felicidade Interna Bruta); ou se o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil não acompanha o ranking de desenvolvimento econômico", provocou. Para depois falar sobre os ‘ciclos viciosos’ da pobreza, usando como exemplo a história apresentada em Vida Maria, a  de uma menina do sertão  que por força das circunstâncias segue o mesmo caminho miserável dos pais.

Uma das alunas da oficina, a professora Ângela Machado Rocha, do Instituto de Saúde Coletiva da Ufba e funcionária da Pró-Reitoria de Inovação, Pesquisa e Criação, da federal baiana, revelou que o tema inovação foi o seu estímulo para participar do seminário Conexões e da oficina com Motomura.

"Já tinha visto vídeos, mas é a primeira vez que faço uma atividade dele. O que me motiva é a visão diferenciada que ele tem da liderança", disse a professora, que também pesquisa propriedade intelectual e empreendedorismo.

Outra participante, a administradora de empresas aposentada Ester Nunes, que cursa uma nova graduação em Estética, contou que fez questão de fazer o workshop para aprofundar os temas da palestra da manhã.

"O que ele diz sobre unir grupos e sobre ética e política é o que atualmente precisamos no Brasil, onde o pensamento ainda é muito individualizado. Assim como nos Estados Unidos, o brasileiro ainda acha que ele tem direitos, mas não avalia como isso interfere nos direitos dos outros", destacou Ester.