Mulher presa por morte de adolescente na Argentina também é baiana

Grupo de seis baianos é suspeito de crime que ocorreu na noite de Réveillon

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  • Da Redação

Publicado em 11 de janeiro de 2018 às 16:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução/Diário Época

A mulher presa suspeita de envolvimento no estupro e morte da argentina Irina Diana López, 15 anos, na cidade de Corrientes, na Argentina, também é baiana. Ao todo, seis baianos estão presos no país suspeitos do estupro e morte da adolescente, que ocorreu na noite de Réveillon. 

Além de Ana Carolina de Jesus Santana, 27, estão detidos Felipe Macêdo de Souza, 23, Marcos Silva Júnior, 23, Laercio de Macêdo, 27, e Luis de Macêdo, 36 anos -  todos da cidade de Cipó, Nordeste da Bahia. O sexto suspeito, Wenderson de Souza Bacelar, 21, é de Feira de Santana, 

As informações são do advogado de defesa do grupo, Sebastian Pardo. Segundo ele, o grupo é inocente. Pardo afirmou que houve relação sexual, consensual, da vítima apenas com Wenderson, sem emprego de violência. "É uma injustiça. Eles são absolutamente inocentes", afirma Sebastian. 

Sebastian confirma que o grupo estava em uma festa, que acontecia em frente à pensão onde moravam - apenas Wenderson e a adolescente estavam dentro do pensionato. "A garota começou a sentir-se mal, e, imediatamente, ele [Wenderson] foi pedir ajuda. Os outros, quando perceberam o pedido de ajuda, foram ver o que tinha acontecido e saíram imediatamente para avisar à polícia e chamar uma ambulância", explica Pardo. 

O advogado do grupo revelou ao CORREIO que o primeiro resultado da autópsia mostrou que a garota morreu vítima de uma hemorragia e parada cardiorrespiratória.

"Estamos esperando o segundo resultado, que é mais completo. É evidente que a garota morreu por causas que tinha a ver com alguma doença que ela sofria. A garota havia tido um bebê há poucos meses, por cesárea. Não sabemos se a ferida da operação pode ter influenciado. Estamos esperando mais detalhes", argumenta.

Sebastian afirma que tem provas para inocentar o grupo - como o fato da garota manter relação sexual antes com o jovem e a mãe da vítima aprovar o relacionamento do casal, além de ter prestado um depoimento contraditório.

Todos estão em um presídio de Corrientes - enquanto Ana Carolina foi encaminhada para uma delegacia da mulher na cidade. "Disseram que a polícia bate neles todo dia, estão sendo ameaçados de morte. Colocam eles em uma sala e bate todo dia; estão todos quebrados", contou ao CORREIO o motorista Marcos Santana Silva, 41, pai de Marcos Silva Júnior, após voltar de uma visita ao filho na Argentina.

Itamaraty A defesa e família dos acusados pediram apoio do Ministério das Relações Exteriores (MRE). Segundo Sebastian, para os depoimentos dos suspeitos serem realizados é necessário que um tradutor esteja presente nas sessões.

"Necessitamos que a Embaixada do Brasil na Argentina ajude seus cidadãos". Ele explica que três dos acusados já foram ouvidos, com a ajuda de um tradutor cedido pelo próprio governo argentino, porém, eles entraram em período de férias e não estão mais disponíveis no momento.

Procurado pelo CORREIO o MRE informou que não é atribuição do órgão fornecer tradutores mas que está prestando a “assistência consular cabível” – sem especificar o tipo de acompanhamento. 

Investigação Ainda não há detalhes do andamento da investigação. A polícia local trabalha com a hipótese da adolescente ter sido submetida a uma alta dosagem de entorpecente antes de sofrer o estupro.

Outra linha de investigação também cogitada é sobre a possível participação da própria mãe da garota no crime. Grizelda López, em declaração à imprensa local, pediu por justiça, atribuindo toda a culpa aos brasileiros.

De acordo com Grizelda, o fato da jovem ter sido mãe há seis meses, e ter mantido relações sexuais muito fortes, podem ter contribuído para a morte da mesma.  "Peço justiça, e que não saiam mais”, disse. O corpo da adolescente foi submetido à autopsia para esclarecer a causa morte.

*Integrante da 12ª turma do Correio de Futuro