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Cesar Romero
Publicado em 10 de setembro de 2017 às 06:51
- Atualizado há um ano
Os assuntos relacionados ao conhecimento das artes visuais nunca estarão concluídos. A cada dia surgem estudos mais aprofundados, que ligam a arte à ciência. Agora se aproxima mais, com formulações filosóficas, reconstituições históricas, sociologia, questões da fantasia, antropologia, literatura, consciência da modernidade e suas implicações, grupos sociais, psicanálise e a tão discutida globalização.
Esta coluna depois de algum tempo retorna ao conceito de curador com outras abordagens.
Na simplificação curador é tomar a si a responsabilidade de cuidar. O conceito de curador surgiu a partir dos anos 1980 e se solidificou nos anos 1990, com a imensa variedade de suportes, indo além das técnicas tradicionais como desenho, pintura, gravura e escultura.
As pesquisas em arte se tornaram sistêmicas, surgindo à necessidade do curador, que além de agir como pensador, ombreou-se com os artistas refletindo a exposição ou evento como um todo criando conceito, constituição, execução e montagem. Valorizando a gênese, concepção formal, elaboração e invento. Entre curadores importantes destacam-se Carolyn Cristov – Bakargiev (Documenta de Kassel) (foto), Massimiliano Gioni, RoseLee Goldberg, Cruz Martinez.
O Curador é quem define um sistema de pensamento, um conceito, as ligações entre o fazer de cada criador, focos que estabeleçam rumos, e estejam introduzidos nos registros de ideações, na capacidade de interagir com o pensamento do artista. Ainda exerce a pesquisa sobre as zonas voltadas à produção da arte, documentação que possa servir a posteriores debates, instrumento de pesquisa. Cabe estudar o processo de montagem, iluminação, mecanismo de circulação do público, texto de apresentação. O curador deve saber escrever, traçar juízos de valor, ter conhecimento sedimentado da arte, reconstituição de memórias e revitalização das obras dos artistas, buscando achados incomuns que vem da qualidade de observação. Tornou-se importante buscar espaços para o debate, nosso crescimento social passa pela cultura, que é essencial e sempre deverá estar aberta a novas inclusões. A essência e o sentido da arte buscam uma experiência participativa, entre várias linguagens do conhecimento. Ajuda e muito, mas para existir é sempre necessária a anterioridade da obra artística.
O curador pode inovar o modelo expositivo, ver coisas que o artista não viu ou percebeu, na pluralidade dos suportes, novos recursos e mídias.
Hoje, especialmente na arte contemporânea a figura do curador é de extrema importância, facilita acessos para inovações, novas interpretações e registros.