Nicolás Maduro proíbe protestos na Venezuela

Somente no dia de ontem (27), três pessoas morreram por conta da greve geral de 48 horas convocada pela oposição e iniciada anteontem (26)

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  • Da Redação

Publicado em 28 de julho de 2017 às 08:15

- Atualizado há um ano

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, proibiu ontem (27) a realização de manifestações públicas antes das eleições para os representantes da Assembleia Nacional Constituinte, que acontecerão neste domingo (30). O anúncio foi feito pelo ministro do Interior, Néstor Reverol, que acrescentou que a punição para quem descumprir a determinação presidencial poderá chegar a dez anos de prisão.

Em resposta à proibição, a Mesa da Unidade Democrática (MUD), principal aliança de oposição ao governo, convocou os manifestantes a tomarem não apenas as ruas de Caracas, onde os protestos se concentram desde abril, mas a ocupar todas as cidades venezuelanas.

Somente no dia de ontem, três pessoas morreram por conta da greve geral de 48 horas convocada pela oposição e iniciada anteontem (26). Segundo o Ministério Público da Venezuela, uma das vítimas foi um adolescente de 16 anos, que morreu durante uma manifestação no bairro popular de Petare, em Caracas, que é considerada uma das maiores favelas da América Latina.Somente no dia de ontem (27), três pessoas morreram por conta da greve geral de 48 horas convocada pela oposição e iniciada anteontem (26) (Foto: AFP)Agentes das forças da ordem e participantes da greve geral convocada pela oposição se enfrentaram em vários pontos da capital, quando a Guarda Nacional Bolivariana (GNB), a Polícia Militar da Venezuela, tentava dispersar os manifestantes. Líderes da oposição responsabilizaram diretamente o presidente Nicolás Maduro pelas mortes dos três manifestantes. Com essas novas mortes, já são 107 pessoas que perderam a vida desde 1º de abril, quando teve início a onda de protestos contra o governo.

Ontem, muitos estabelecimentos comerciais amanheceram com as portas fechadas e várias ruas foram bloqueadas ao trânsito por cidadãos que exigiam a renúncia de Maduro. A greve geral conta com o apoio de mais de 350 sindicatos e da principal associação patronal do país, a Fedecámaras, que pretende forçar o presidente a interromper o processo para elaborar uma nova constituição.

Por conta dos protestos no país vizinho, a companhia aérea colombiana Avianca anunciou ontem que, por "dificuldades operacionais", suspendeu os voos entre Bogotá e Caracas e entre Lima (Peru) e a cidade, encerrando mais de 60 anos de operações no país. Inicialmente, a suspensão dos voos ocorreria a partir de meados de agosto.