'Ninguém nunca vai saber', diz delegada sobre pai que matou mulher e filha

Mãe de vítima esteve na casa minutos antes de crime e não notou nada diferente

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  • Da Redação

Publicado em 16 de agosto de 2017 às 21:25

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

Delegada responsável por investigar a morte de mãe e filha no Dia dos Pais, em Guaraci (SP), pelo próprio marido e pai, afirmou nesta terça-feira (15) que a investigação crime é difícil. "O que pode ter levado um pai a expressar tanto ódio para dar três tiros no peito de uma filha? Ninguém nunca vai saber porque não deu tempo nem dela desabafar com alguém", afirmou ao G1 a delegada Débora Cristina Abdala Nóbrega.

O agente penitenciário Ronaldo da Silva Corrêa, 49 anos, atirou na mulher, Rosicleia da Silva, 46, e na filha Anna Victoria Corrêa, 17 - a jovem fez uma homenagem de Dia dos Pais para ele pouco antes de ser assassinada. 

Alguns parentes dos três foram ouvidos, inclusive a mãe de Rosicleia. Depois de atirar na mulher, o agente deu um tiro na própria cabeça e morreu no hospital para onde foi socorrido. 

O casal tinha três filhos, incluindo um garoto de 5 anos que presenciou o crime e correu para pedir ajuda. Vizinhos o acolheram na hora, mas ele deve ficar com familiares até a Justiça decidir sua guarda. "Não há condições de ouvi-lo. Ele é muito novinho e será encaminhado para tratamento psicológico", explica a delegada.

A mãe de Rosicleia esteve na casa cerca de 20 minutos antes do crime, "mas aparentemente estava tudo bem". Ela disse que o caso foi muito chocante e abalou a cidade.  "Sou mãe, tenho família e ouvir uma criança de cinco anos dizer que está com saudade e quer a mamãe é muito difícil. Não existe motivo para ele ter feito isso", diz. "Foi terrível. A pessoa pode trabalhar 50 anos, mas nunca vai se acostumar com cena como esta e, infelizmente, ninguém nunca vai saber o que de fato aconteceu".

O filho mais velho do casal mora em Mato Grosso e foi para a cidade para o enterro, que aconteceu na segunda-feira.