Nova temporada de Narcos estreia sexta (1º); descubra detalhes

O rentável e controverso mundo do tráfico de drogas está de volta na terceira temporada da série que projetou Wagner Moura para o mundo

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  • Laura Fernades

Publicado em 27 de agosto de 2017 às 06:10

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Nicole Rivelli Netflix/Divulgação
Peña (Pedro Pascal) lidera investigação sobre o Cartel de Cáli por Foto: Netflix/Divulgação

Caro leitor, se você ainda não viu a segunda temporada da série Narcos, pare a leitura por aqui. Não podemos falar sobre a terceira temporada da série que projetou o ator baiano Wagner Moura para o mundo, no papel de Pablo Escobar (1949-1993), sem fugir dos spoilers. Afinal, os novos episódios que estreiam dia 1º de setembro na Netflix, já vistos pelo CORREIO, se passam na Era pós-Escobar, já que o maior narcotraficante do mundo está morto, como todos já sabem.

Sendo assim, ao escutar a inconfundível música de abertura de Narcos, na voz de Rodrigo Amarante, ex-Los Hermanos, o telespectador espera naturalmente ver o personagem colombiano. Porém, no lugar do “monstro que queria ser herói”, como definiu o próprio Amarante, outras imagens compõem a vinheta de abertura da série que tem produção executiva de José Padilha. Entre elas, estão cenas em Nova York, Washington e Colômbia, além de armas e drogas, é claro.

“É hora de deixar Pablo Escobar partir”, disse Wagner Moura, após se despedir de Narcos no ano passado. Assim, sem o controverso personagem, que faz falta, a série se concentra no Cartel de Cáli que assume o protagonismo anunciado na temporada anterior. Isso porque cresceu exponencialmente sua produção de cocaína, enquanto a caçada por Escobar desgastava os esforços da DEA, agência americana para a repressão e controle de narcóticos, e da Agência Central de Inteligência americana (CIA).

Anunciada desde o início como uma série sobre o tráficos de drogas, e não sobre Escobar, Narcos mostra o mecanismo de produção e distribuição de cocaína, da Colômbia para o mundo. Junto a isso, a história baseada em fatos reais não deixa de denunciar o envolvimento de policiais, senadores e outros congressistas no rentável mundo do tráfico.

Discrição Enquanto Escobar explorou o negócio ainda embrionário da cocaína, em Medellín, o Cartel de Cáli deu um passo a mais e expandiu a produção pelo México, pelos Estados Unidos e pela Europa. Ao contrário de Escobar - que buscava os holofotes com ações terroristas que contrastavam com sua proteção aos pobres -, o Cartel de Cáli age nas sombras. Resolver as coisas sem violência e de forma discreta é um dos lemas dos quatro líderes.

Ou pelo menos esse é o discurso difundido pelo cartel que, já no primeiro episódio, mostra a que veio. Com violência, drogas e trilha sonora dançante repleta de cumbia, o capítulo inicial se dedica a apresentar os líderes deste que foi um dos mais temidos cartéis da Colômbia, durante as décadas de 1980 e 1990.

Tudo isso é feito através de uma narrativa, característica marcante dos filmes de Padilha - Tropa de Elite 1 e 2 (2007; 2010) e Ônibus 174 (2002). Quem assume a narração dos episódios no lugar de Steve Murphy (Boyd Holbrook), já fora de cena, é seu parceiro agente Peña (Pedro Pascal), que conta como funciona o cartel chefiado pelos irmãos Rodríguez, passo a passo.

Promovido e responsável pela investigação de Cáli, Peña tenta ainda se recompor após os acontecimentos da última temporada. Chamado de herói por conta da derrota de Escobar, o agente recusa o título e fica remoendo a culpa por ter se vinculado ao grupo de assassinos Los Pepes para derrotar Escobar. Com a saída de cena de Pablo, o cartel de Cáli virou seu inimigo número um. “O inimigo do meu inimigo é meu amigo, até ele virar meu inimigo de novo”, diz Peña em uma das cenas.

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Império Com perfis distintos, os poderosos líderes do cartel de Cáli são quatro: Pacho Herrera (Alberto Ammann), Chepe Santacruz-Londoño (Arthuro Castro) e os irmãos Rodríguez, Gilberto (Damián Alcázar) e Miguel (Francisco Denis). O primeiro, que tem orgulho de expor sua homossexualidade no mundo machista, é a cabeça da distribuição e segurança do cartel. Já o segundo, que cresceu com os irmãos Rodríguez, é o encarregado das operações nos Estados Unidos, o “tesouro” de Cáli.

Miguel, por outro lado, é o chefe de operações número dois que cuida do dinheiro, já que seu irmão Gilberto é o “homem dos planos”. Segundo Peña, ele é como um jogador de xadrez, porque “está sempre um passo à frente”. Apesar de que isso será abalado quando o líder anunciar novos rumos para os negócios da cocaína, o que não vai agradar a todos os traficantes aliados e vai anunciar tempos difíceis.

Outros personagens ficam encarregados de assumir as inúmeras etapas que existem entre a produção e o consumo da cocaína. Entre eles está Franklin Jurado, personagem vivido pelo ator espanhol Miguel Ángel Silvestre, o Lito da série Sense8, responsável pela lavagem de dinheiro para o cartel de Cáli.

“Nos cartéis de cocaína, quando cai um, nasce outro: o dia em que Pablo morreu, o cartel de Cáli se transformou no inimigo público número 1. Fizeram-se chamar de Os Cavalheiros de Cáli, os maiores capos da droga”, diz o agente Peña sobre a ascenção de um novo império. Ou seja: Pablo Escobar era só o começo.