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Darino Sena
Publicado em 17 de outubro de 2017 às 05:42
- Atualizado há um ano
Depois da vitória sobre o virtual campeão brasileiro, o Corinthians, todos os tricolores festejaram o técnico Paulo Cézar Carpegiani. No ápice da euforia, o torcedor Lucas Andrade chegou a pedir, via Facebook, pra Carpé (68) casar com uma de suas tias, de 59 e 62 anos. Entendo a empolgação da torcida, acho até Carpegiani um cara legal, mas não chegaria a tanto... eu acho.
A animação da galera tem justificativa. Há tempos não se via o tricolor jogando bem, como na segunda etapa contra o Palmeiras (empate fora de casa depois de estar perdendo por 2x0) e na maior parte do tempo contra o Timão na Fonte Nova – apenas a segunda derrota do líder como visitante neste campeonato.
Movimentação intensa do meio pra frente, sem um típico homem de referência (Edigar Junio), e muita velocidade pelos lados foram o destaque coletivo no Pacaembu, em São Paulo. Aqui em Salvador, enfim a volta da marcação pressão sobre o adversário, que andava esquecida nas passagens dos técnicos Jorginho e Preto Casagrande.
Contra o Corinthians, o Bahia fez o que se espera de qualquer visitante, independentemente da força ou cartaz do adversário – parou de se comportar como time pequeno e tomou a iniciativa do jogo. Quando pressionado, mostrou recurso – um contra-ataque organizado e perigoso. Outro artigo raro com os antecessores de Carpegiani.
O início de Carpegiani lembra os melhores momentos da passagem de Guto Ferreira. Por que ninguém no clube cobrou que a equipe ao menos tentasse jogar assim com Jorginho e Preto? Essa é uma pergunta que os cartolas deveriam responder. Questionamento que ajuda a entender, e muito, porque a gestão de futebol é o ponto mais questionável da atual administração do Bahia.
Carpegiani, ao que parece, fez bem o dever de casa. Mirou-se no melhor do que esse elenco já fez na atual temporada, em vez de optar pelo caminho menos trabalhoso e que se mostrou também o menos produtivo - o de jogar na base da bola parada e dos chutões pra correria de Zé Rafael e Mendoza.
O começo de Carpegiani é muito bom. Mas, por ora, é só isso – o começo. Mais que os resultados, o desempenho do time no 2x2 contra o Palmeiras e nos 2x0 diante do Corinthians trouxe esperança de um final de ano feliz no Fazendão. Vamos ver se Carpegiani consegue manter aquilo cuja falta derrubou quem o precedeu – regularidade. O torcedor ficaria grato. Eu, inclusive. O suficiente pra querer o treinador na minha família?! Talvez não...
Estilos diferentes Por pertencer ao Corinthians, a flecha colombiana Mendoza não pôde jogar domingo. Allione e Régis entraram no segundo tempo. Coincidência ou não, a derrocada tricolor no Brasileiro começou quando Mendoza se firmou e a dupla de meias perdeu espaço. Acabaram virando símbolos e referências de forma de jogar completamente diferentes. Correria e reatividade de um lado (Mendoza), toque de bola e imposição do outro (Régis e Allione).
Os antigos titulares absolutos não perderam a condição por acaso, é bom que se diga. Caíram de produção no momento em que o campeonato mais exigiu deles fisicamente, com jogos seguidos no meio e aos finais de semana. Depois da sequência nunca mais foram os mesmos. Mas, equivocadamente, o Bahia parece ter esquecido deles.
Nada contra Mendoza. É raçudo, voluntarioso, extremamente rápido e muito útil. Mas, no futebol, a qualidade ainda é o que mais decide. Régis e Allione são os jogadores mais técnicos desse elenco. Não podem ficar assistindo aos jogos do banco de reservas. Nem ser coadjuvantes. Foi com eles no time que o tricolor viveu os melhores dias este ano. Não dá pra se permitir ao luxo de abrir mão desses caras. Recuperá-los é fundamental pra ter um final de Brasileirão tranquilo. Carpegiani parece ter entendido isso. Ainda bem.