O adeus a Nininho de Maré, o Pescador de Corações

Por João Gabriel Galdea

  • D
  • Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2017 às 17:47

- Atualizado há um ano

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Meu amigo Nininho de Maré se foi, hoje. Era de Maré não por vir de Ilha de Maré, como muitos pensavam. De Maré porque de Marechal Rondon, onde nasceu, nascemos. Por causa disso, dele, minha primeira atividade jornalística (ainda pós-segundo grau) tinha por nome De Maré, um jornalzinho do bairro que eu editava e pedia ajuda de comerciantes para distribuir. Era sempre coisa pouca, com participação de alguns poucos amigos.

E falando em amigo, Nininho – o entrevistado da edição inaugural do De Maré, claro – era um dos grandes, para todos. Na minha formatura, aí já de jornalista, em 2011, fez questão de tocar de graça – uma festinha mixuruca, de gente dura, na Paróquia de Campinas, para uns 30 convidados. E todos os 30 duros de grana e meio moles de quadril dançaram ao som do seu arrocha, misturado com forró, lambada e o que houvesse de raiz para jogar as cajá.

Anos depois, mantinha a mesmíssima generosidade: mês passado, conta-me uma amiga, tocou para um senhor que tem um bar no final de linha e tinha acabado de sofrer um infarto. Recuperado, queria comemorar e, claro, Nininho, auto-intitulado Pescador de Corações, se prontificou para comandar a celebração. E que triste ironia o coração, muito embora tantos pescados, logo o dele, tê-lo levado. Vá em paz, meu irmão!

* Texto originalmente publicado no Facebook e reproduzido com autorização.