O círculo vicioso da dupla Ba-Vi

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  • Elton Serra

Publicado em 24 de setembro de 2017 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Quando a bola parou de rolar na 24ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2014, o cenário para o futebol baiano era o pior possível. O Bahia, ao final dos 10 jogos daquele meio de semana, ocupava a 16ª colocação, enquanto o Vitória seguia afundado no Z4, na 18ª posição na tabela. O tricolor, inclusive, até conseguiu sair na zona de rebaixamento ao vencer o Sport, mas voltaria semanas depois. O rubro-negro, fora de casa, perdia mais um confronto direto, desta vez contra o ameaçado Palmeiras.

O nosso futebol vive ciclos que se repetem quase todo ano. Quando não estão brigando para voltar à elite do Brasileirão, se engalfinham em busca de permanência na Série A. Milhões de teorias são expostas para explicar o fraco rendimento de ambos em Brasileiros, mas a verdade é que o desempenho da dupla Ba-Vi é muito aquém do que se espera – e olha que as expectativas são as mais modestas possíveis.

O Vitória melhorou seu desempenho após a chegada de Vagner Mancini, mas ainda carrega um lastro de incompetência técnica e tática que está difícil de largar. Um time que passou boa parte do primeiro turno do Campeonato Brasileiro fazendo partidas sofríveis precisa de tempo para se reconstruir, apesar do tempo jogar contra. Com os desfalques que o técnico rubro-negro começa a ter, percebe-se a limitação do elenco que foi montado para disputar a competição mais difícil do país. Mancini tem improvisado Ramon no meio-campo desde que retornou ao clube e agora corre o risco de adaptar jogadores nas duas laterais, posições que vinham sendo o ponto forte no Leão em sua recuperação na Série A. Com o orçamento comprometido e em descrédito no mercado, justamente pelos resultados dentro de campo, o Vitória precisa fritar o porco com a própria banha nessa reta final de temporada.

O Bahia traçou caminho inverso. Encontrou sua forma de jogar ainda no primeiro semestre, chegou ao ápice em maio, mas perdeu seu treinador e a sua identidade tática. Escorregou na tabela da Série A, mudou de técnico duas vezes e também se viu incapaz de manter o bom nível técnico quando perdia seus principais jogadores por contusão ou suspensão. Assim como seu maior rival, precisa controlar as finanças para não sangrar no fim do ano. Apostou na solução caseira para lutar por permanência na primeira divisão nacional.

Já estava bem claro que o campeonato da dupla Ba-Vi seria na parte inferior da tabela. Hoje, os concorrentes dos baianos são Sport, Avaí, Chapecoense, Ponte Preta, São Paulo, Coritiba e Atlético-GO. É esta a competição que tricolores e rubro-negros precisam ganhar. Enquanto o Bahia já perdeu pontos para os goianienses no segundo turno, o Vitória tropeçou no time catarinense e no tricolor paulista. Estão em desvantagem na corrida contra o rebaixamento.

Coincidência ou não, o Bahia está na mesma posição na qual terminou a 24ª rodada de 2014. O Vitória ocupa uma posição abaixo em relação ao mesmo ano, mas está a apenas um ponto de sair do Z4 – diferentemente de três temporadas atrás, quando estava distante dois pontos de seu maior rival. Porém, naquela edição, os dois foram rebaixados. Para evitar um círculo vicioso que deixa as duas torcidas desesperadas, uma arrancada é fundamental. Neste momento, inclusive, culturas e filosofias táticas ficam em segundo plano, dando espaço à necessidade por bons resultados. Algo duro de constatar, mas necessário.

Elton Serra é jornalista e escreve aos domingos.