O desequilíbrio do Vitória no Brasileirão

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Publicado em 10 de agosto de 2017 às 04:59

- Atualizado há um ano

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Metade cheia ou metade vazia? Qualquer torcedor que acompanha o Vitória no atual Brasileirão já percebeu o quanto o Leão está mal dentro de casa. Somando Barradão e Fonte Nova, mandos de campo utilizados pelo rubro-negro nesta Série A, o time perdeu seis das dez partidas disputadas, ganhou só duas e empatou duas. É o pior mandante do campeonato, junto com Atlético-MG e Atlético-GO, e não à toa passou quase todo o primeiro turno na zona de rebaixamento – ficou só três rodadas fora do Z4.

Os vexames diante do torcedor marcam e maltratam. Chamam tanto a atenção que escondem até o aspecto mais positivo do Vitória atualmente: o time faz sua melhor campanha como visitante na história do Brasileirão por pontos corridos. Foram 11 pontos conquistados em nove jogos fora de casa, um percentual de 41%. Comparando com o primeiro turno do Brasileirão desde 2003, o melhor que o Vitória já havia conseguido era 30% de aproveitamento como visitante, em 2008 e em 2014. Se em casa é o pior, fora o Leão é o nono melhor.

O Vitória não é o único time que surpreende como visitante. Até aqui, o Brasileirão 2017 registra uma força acima do normal das equipes que jogam fora de casa. Considerando as 190 partidas realizadas, os times mandantes ganharam 83 partidas (44%), os visitantes venceram 59 (31%) e houve 48 empates (25%). 

Ou seja: jogar diante da torcida não tem feito tanta diferença. Corinthians, Fluminense, Atlético-PR e Atlético-MG são as outras equipes com rendimento fora de casa melhor do que em seu estádio.

Para se ter ideia, em 2016 a balança pendia muito mais para os times da casa, que no primeiro turno venceram 100 partidas e perderam 38, com 52 empates. A proporção era de 52,6% para os mandantes e 20% para os visitantes, com 27,4% de empates. Considerando o campeonato todo, a proporção pouco se alterou: 53% - 22% - 25%.

Estatisticamente falando, é justamente a falta de força no Barradão que tem prejudicado o rubro-negro – não tanto quanto as trapalhadas cometidas fora de campo ao longo do ano. O bom desempenho como visitante não é suficiente para compensar um aproveitamento tão ruim em casa. E do passado recente vem um histórico preocupante: em 2014, o Vitória também terminou o primeiro turno melhor fora de casa (30%) do que no Barradão (22%) e acabou rebaixado no fim do ano.

A dúvida agora é: a evolução apresentada pelo Vitória após a chegada de Vagner Mancini terá constância ou é apenas uma reação imediata e natural à troca de treinador? Os jogadores são praticamente os mesmos, mas um grupo é capaz de respostas incríveis quando o ambiente de trabalho melhora. O tempo dirá. 

Bahia O Bahia segue roteiro mais equilibrado. Dono da 11ª melhor campanha como mandante e 14ª como visitante, o tricolor oscila, mas, de modo geral, corre na faixa que vai do 11º ao 16º lugar. O início empolgante, beirando o G6 ou até dentro dele, mostrou-se um ponto fora da curva.

A troca de treinador, que não estava no planejamento inicial, e as lesões de jogadores que poderiam contribuir ativamente – no time titular ou como boa opção no banco de reservas - como Wellington Silva, Jackson, Edigar Junio e Hernane atrapalharam a caminhada tricolor.*Herbem Gramacho é editor de Esporte e escreve às quintas-feiras.