O errado deu certo no Ba-Vi

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Publicado em 24 de outubro de 2017 às 05:00

- Atualizado há um ano

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O Ba-Vi escancarou a pobreza criativa do futebol baiano e brasileiro. Um jogo decidido mais na base dos erros individuais que no talento e na técnica.

Carpegiani acertou ao respeitar o Vitória, ao contrário do que fez a maioria que recebeu o time de Mancini em casa neste Brasileiro. Na estratégia defensiva, o veterano não concedeu espaços para aquilo que o adversário tem de mais perigoso – a velocidade de David, Neilton, Tréllez e cia.

Carpé só não tinha uma solução para o ataque. As viradas de bola para Mendoza foram quase a única jogada do Bahia no primeiro tempo. Como o Vitória também não sabe o que fazer sem a correria de seus homens de frente, a etapa inicial foi um porre.

Aí veio o segundo tempo, e Mendoza foi presenteado com o corte errado de Wallace que virou assistência para gol. Com 1x0, Carpegiani começou a errar justamente por respeitar demais o Vitória. Primeiro, trocou o armador Allione pelo zagueiro Thiago Martins. Depois, tirou o meia Zé Rafael para colocar o volante Matheus Sales. O respeito virou pavor.

Imaginei que, com três zagueiros, o time ia reforçar a cobertura do lateral Eduardo, que sofria com os avanços de David. Que nada. O rubro-negro continuou ganhando os duelos. Sem Zé Rafael, o Bahia perdeu uma principal válvula de escape para contra-ataque, no momento de maior pressão sofrida na partida.

A postura defensiva foi castigada no escanteio cobrado por Cleiton Xavier, que, por indecisão do goleiro Jean, levou a bola a bater em Renê Júnior e sobrar limpa para Wallace se redimir na falha do gol do Bahia.

Mesmo diante dos equívocos de Carpegiani, o Vitória não fazia por merecer empatar. A notória incapacidade do time de trocar passes estava lá. Mais uma vez, Mancini apelou para Cleiton Xavier para tentar melhorar a criatividade. Até quando? Mais uma vez, André Lima entrou para reforçar o jogo aéreo, já que a bola não chegava por baixo. Nada funcionou.

O gol rubro-negro aos 38 minutos do segundo tempo parecia sentenciar o 1x1. Mas, cinco minutos depois, Edigar Junio apareceu na área para fazer o segundo gol e provar que, ao menos no futebol, o errado pode dar certo.

Rodrigão Se for comprovado que o tal vídeo em que o atacante Rodrigão aparece comendo água com os amigos foi mesmo feito na véspera do Ba-Vi, do qual foi vetado por, supostamente, estar machucado, há duas conclusões possíveis. Ou Rodrigão é um imbecil, por imaginar que, nos tempos atuais, a pérola não viralizaria, ou não tem um pingo de respeito pelos colegas, comissão técnica, dirigentes e torcedores do clube.

Injúria   O futebol tem que deixar de ser um mundo à parte onde tudo é permitido, em nome do “faz parte do jogo”. A injúria racial não pode ser atenuada porque aconteceu “na emoção da partida”, como escreveu Tréllez numa rede social. Por que as regras da sociedade têm que ser esquecidas dentro das quatro linhas? Defender um futebol permissivo, tolerante e, consequentemente, sujo, é depor contra o esporte e seus valores. Respeito a decisão de Renê Júnior, de não prestar queixa, mas discordo. Impunidade é combustível para criminalidade.Darino Sena é jornalista e escreve às terças-feiras.