O Vitória depois que Ivã e Sinval partiram

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  • Da Redação

Publicado em 2 de setembro de 2017 às 05:20

- Atualizado há um ano

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Não há nenhuma novidade na constatação de que a dupla formada por Ivã de Almeida e Sinval Vieira foi altamente danosa ao Vitória. Eles torraram uma fortuna do clube com contratações esdrúxulas, salários inacreditáveis e um departamento de futebol (para além de outras áreas) que se afundou no mangue. Em tempo real, todos acompanharam com espanto a descida da ribanceira.

Mas, como se sabe, somente em perspectiva a história pode ser compreendida por completo. É aquela mesma coisa de que, às vezes, é preciso se afastar um pouco do quadro para vê-lo melhor.

Então, agora que o desempenho rubro-negro (em campo) melhorou e o time dá ao menos sinais de que tem força para lutar contra o rebaixamento (porque nem isso dava), um exemplo deixa bem explícito como Ivã de Almeida e Sinval Vieira – mais ainda, neste caso - são equivocados: quando entraram no Vitória, uma das primeiras coisas que fizeram foi mandar Ramon jogar em Israel. No contrato de empréstimo, uma cláusula dava prioridade aos israelenses se quisessem comprar o jogador.

Pra sorte do Vitória, Ramon jogou apenas três partidas por lá, os gringos não quiseram ficar com ele e o jovem zagueiro voltou à Toca do Leão para ser, neste momento, destaque de um time que demonstra, principalmente, evolução defensiva.

Há de se valorizar ainda que, nas últimas partidas, Ramon tem atuado como volante, improvisado, suprindo bem a ausência do capitão Willian Farias.

Pela sua idade, é óbvio que Ramon cometerá erros e tomará decisões questionáveis durante as partidas, mas a qualidade já demonstrada torna simplesmente indefensável a forma como os agora ex-dirigentes rubro-negros trataram o zagueiro no início da temporada.

O quadro fica ainda pior quando se observa que eles mandaram Ramon para Israel ao mesmo tempo em que trouxeram zagueiros comprovadamente fracos para jogar pelo Vitória. Contando, ninguém acredita, mas felizmente há muitas imagens para provar.

Ramon ganhou espaço e se firmou no time profissional do Vitória em 2015, durante a campanha de retorno à primeira divisão, já sob o comando de Vagner Mancini. Então, já exibia técnica e tempo de bola admiráveis.

Em 2016, disputando pela primeira vez a Série A, o jovem deu caruara, pra ser bem direto. Frente a equipes mais fortes e atacantes de melhor nível, cometeu deslizes fatais e foi parar no banco. No entanto, não dava para apontar o dedo a um garoto quando, na verdade, o time não teve qualquer solidez defensiva durante todo o Campeonato Brasileiro, mesmo se salvando do rebaixamento.

Os gênios que tomaram conta do futebol rubro-negro em dezembro, em vez de colarem em Ramon e darem o apoio necessário para sua evolução - psicológica inclusive -, despacharam o atleta no primeiro voo.

Os gênios que tomaram conta do futebol rubro-negro em dezembro fizeram um bom conjunto de asneiras. O caso de Ramon é somente um recorte entre muitos possíveis, mas ilustra muito bem por que o Vitória melhorou depois que os gênios, felizmente, foram embora do Barradão.

*Victor Uchôa é jornalista e escreve aos sábados