ONU vai buscar apoio para venezuelanos no Brasil

A estimativa é que 24 mil venezuelanos já tenham solicitado refúgio no Brasil,

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  • Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2018 às 02:23

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação/TV Brasil

O alto comissário das Nações Unidas para refugiados, Filippo Grandi, disse, ontem, que a organização vai buscar apoio internacional para ajudar o Brasil após a entrada de milhares de refugiados venezuelanos no país. A declaração ocorreu após reunião com o presidente Michel Temer e, em meio a um evento, em Brasília, com representantes de países da América Latina e Caribe para discutir soluções para a crise dos refugiados. 

Segundo Grandi, o Brasil tem um “papel primordial” na coordenação de respostas às necessidades dos venezuelanos que chegam ao país, em uma tentativa de fugir da crise que assola o país vizinho. A maioria está atualmente em Boa Vista (RR). “Falei com o presidente Temer sobre essa resposta, à qual a Acnur dá apoio irrestrito tanto em termos de assistência humanitária, quanto em soluções de longo prazo no programa de interiorização”, disse, citando a iniciativa do governo  em enviar venezuelanos a outros estados além de Roraima.

“E me comprometi pessoalmente com o presidente a buscar apoio com a comunidade internacional para ajudar o Brasil nesta resposta”, completou. Grandi, no entanto, não deu detalhes de como poderia ser esse apoio. De acordo com a Acnur, isso poderia ocorrer tanto por meio de auxílio financeiro às ações ou em novas soluções para acolhida dos refugiados, por exemplo.

A estimativa é que 24 mil venezuelanos já tenham solicitado refúgio no Brasil, informou Grandi. “Evidentemente, esse número não representa o total (de venezuelanos no país)”. A estimativa  é que ao menos 40 mil venezuelanos já tenham atravessado a fronteira.

Grandi também elogiou o trabalho do Brasil na concessão de vistos humanitários para refugiados da Síria e disse que a organização pretende estudar melhor o processo de como reassentar os sírios no país.  Ele pediu ainda que os países da América Latina “mantenham suas fronteiras abertas” para acolhida de refugiados.