Operadora de telemarketing que jogou ácido na ex-sogra vai responder por tentativa de homicídio

Na 5ª Delegacia, Ísis foi ouvida ontem e afirmou que toma remédio controlado para depressão

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  • Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2017 às 19:28

- Atualizado há um ano

A operadora de telemarketing Ísis Janaína de Jesus, 24 anos, foi autuada em flagrante por tentativa de homicídio por ter jogado ácido no corpo da ex-sogra, a comerciante Albina Pereira da Silva, 51 anos. O crime aconteceu na manhã do último sábado (17), na loja da vítima, em Nova Brasília de Valéria. O caso é investigado pela 5ª Delegacia (Periperi). 

Durante o ataque, a agressora acabou se queimando também e precisou ser hospitalizada. A vítima foi socorrida por comerciantes vizinhos para o Hospital do Subúrbio e, de lá, transferida para o Hospital Geral do Estado (HGE). A agressora também foi levada para a unidade, de onde já recebeu alta. Já Albina segue internada em estado grave por conta das queimaduras.Comerciante estava em sua loja de eletrônicos quando foi atacada pela ex-nora(Foto: Jordan Dafné/CORREIO)Ísis foi ouvida ontem pela polícia e afirmou que toma remédio controlado para depressão. Ela passou na carceragem da Delegacia Especalizada de Repressão a Crime Contra Criança e Adolescente (Derca) e seguiu hoje para a Central de Flagrantes. Ela iria comparecer a uma audiência de custódia. 

CrimeSegundo informações do posto policial do HGE, o ataque foi a forma que Ísis encontrou de vingança porque o filho de Albina terminou o relacionamento com ela. Ainda de acordo com informações do posto policial, a agressora ligou antes de atacar a vítima com ácido para informar que estava indo ao local se vingar.

Comerciantes vizinhos do estabelecimento da vítima contaram que a agressora aparenta ter entre 20 e 22 anos, que ela não era muito conhecida na área e que só ia ao local com o namorado. Testemunhas contaram ainda que ela chegou a comércio da vítima de carro e cumprimentou os lojistas do lado. Eles informaram ainda que a ação toda durou cerca de cinco minutos.

Funcionária da loja Moda, que fica do lado do comércio da vítima, Santos Siqueira, 51 anos, conta que, na saída, Ísis ainda bateu com o carro em mais três veículos e quase atropelou algumas pessoas.  "Quando saí da loja achei que tivesse sido um tiro, uma facada, ou algo do tipo. Ajudei a socorrer e levar ela até o banheiro de Val", disse.

Ao ouvir os gritos de dona Albina, os comerciantes correram para ver o que tinha acontecido e a encontraram agonizando, com a roupa derretendo. Foi então que a levaram para o Bar e Lanchonete do Val, que fica próximo, e a colocaram embaixo do chuveiro para tirar a substância do corpo dela. Em seguida, a levaram para o Hospital do Subúrbio. 

"Escutei os gritos de dentro da lanchonete e fui correndo ver o que era. Quando cheguei lá, vi a roupa dela rasgada e o corpo ferido. Levei ela para o banheiro da minha lanchonete e dei um banho. Depois pedi que os comerciantes do lado arranjassem um carro para levá-la a um hospital", contou o proprietário da Lanchonete do Val, Edval Santos, 53 anos.

Os comerciantes lamentaram o ocorrido e informaram que a vítima já possui o estabelecimento no local há cerca de três anos. "Dona Albina é muito querida aqui, não procura problema com ninguém. Mas a menina a gente não conhecia muito, embora sempre viesse aqui com o namorado", ressaltou Siqueira.