Pai acredita que guarda municipal foi morto por estar armado

Mãe da vítima passou mal após saber da morte do filho e precisou ser hospitalizada

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  • Milena Hildete

Publicado em 14 de janeiro de 2018 às 12:19

- Atualizado há um ano

O corpo do Guarda Municipal Antônio Luiz Moreira Soares, 37 anos, morto a tiros na noite de sexta-feira (12), junto com o amigo Leonardo Silva de Oliveira, 37 anos, quando estavam parados em uma moto no bairro de Águas Claras, foi sepultado na manhã deste domingo (14). Familiares, amigos e colegas de profissão participaram da cerimônia, no Cemitério do Campo Santo, na Federação. 

O pai de Antônio Luiz, Armando Soares, disse que a mãe da vítima, que não teve o nome informado, foi internada depois do crime. "Ela ficou muito mal, mas, Graças a Deus está melhorando. A dor é muito grande e eu espero que Deus conforte nossos corações.", lamentou.  Corpo de guarda municipal morto em Águas Claras é enterrado na manhã deste domingo (14) (Foto: Marina Silva)  Ele diz ainda acredita que o filho pode ter morrido por causa da arma que carregava.  Armando afirmou que já teria avisado ao filho sobre o perigo da arma. "Eu mandei ele (Antônio) ter cuidado, porque é perigoso andar de arma nos dias hoje. Meu filho era um homem honesto e trabalhor", contou. No momento do crime, os criminosos levaram a arma do guarda municipal, uma pistola 380. 

Um amigo de infânia de Antônio, que não se identificou, disse viu a vítima pela última vez na academia, em Castelo Branco. "Ele [Antônio passou na acadmeia que eu malho e disse que ia voltar a treinar. Estamos sentidos porque ele era uma pessoa do bem e todo mundo gostava dele", contou.

Antônio foi nomeado na Guarda Municipal em 2008 e já havia feito treinamento no Grupo de Operações Especiais. Segundo a Guarda Municipal, atualmente, ele estava lotado no Posto Conselho Tutelar VII, situado no bairro de Castelo Branco.

Antônio morava com a mãe, no bairro de Cajazeiras X e, no dia do crime, havia saído de casa por volta das 17h. "Ele disse que ia pagar umas contas e não mais voltou", contou uma irmã do guarda municipal, que pediu para não ser identificada.  

Relembre o caso: Moradores do local onde o crime ocorreu contam que o guarda estava em uma moto parada com o amigo, quando cinco homens, que seriam da facção Bonde do Maluco (BDM), chegaram no local a pé e se aproximaram das vítimas. "Eles foram abordados e revistados. Quando perceberam que o guarda estava armado, eles se afastaram e começaram a atirar", contou um morador, que pediu para não ser identificado.

Outra moradora do local conta que estava dormindo e acordou com o barulho dos tiros. "Foram muitos tiros, quase cem", disse. Tanto o guarda municipal quanto o amigo dele não são conhecidos dos moradores da localidade. Eles também não souberam informar o que os dois estavam fazendo no local antes de serem abordados.

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga a motivação e autoria do crime. A Polícia Civil informou que, no momento, há equipes investigando o caso e que familiares das vítimas e possíveis testemunhas do crime também estão sendo ouvidas. 

Antônio era solteiro. "Era uma pessoa querida em Cajazeiras, nascido e criado lá. Conhecia tudo. Provavelmente, farrista como era, estava com amigos e decidiu, com o rapaz que estava com ele na moto, ir para outro lugar, dar continuadade à diversão", contou o irmão.