Paróquias realizam caminhada pela paz na Cidade Baixa

Fiéis saíram do Largo de Roma até a Colina Sagrada, no Bonfim, pedindo o fim da violência

  • Foto do(a) author(a) Nilson Marinho
  • Nilson Marinho

Publicado em 18 de março de 2018 às 16:41

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Betto Jr./CORREIO

A camisa estampa a dor, a revolta e o pedido de justiça. A aposentada Ana Lúcia Rebouças, 66 anos, escolheu uma camisa que ilustrasse bem o propósito da caminhada promovida pelas paróquias da região da Cidade Baixa: pedido de paz. O jovem negro que estampa a camisa da aposentada é filha da comadre dela, e foi morto na saída da escola, aos 16 anos, depois de se envolver em uma briga. O crime aconteceu há oito anos. 

Ana Lúcia e cerca de outros 200 fiéis se reuniram em frente ao Santuário da Bem-Aventurada Dulce dos Pobres, localizado no Largo de Roma, e de lá, em caminhada, seguiram até a Colina Sagrada, no Bonfim, pedindo o fim da violência. 

Para Ana Lúcia, a passeata tem o propósito de chamar atenção da população para a violência não só em Salvador, mas em todo o Brasil, sobretudo no Rio de Janeiro. "Você viu aquele caso do bebê morto no por bala perdida no Rio? O pequeno não devia nada. Tá vendo aquele caso da veradora morta? (Marielle). É muita violência", comenta a aposentada.  Foto: Betto Jr./CORREIO Padre Edson Menezes, reitor da Basílica do Bonfim, recebeu os fiéis para uma missa campal na Colina Sagrada. A caminhada, de acordo com ele, dá início a Campanha da Fraternidade deste ano que tem como tema "Fraternidade e superação da violência""Nós pedimos o fim da violência e o cultivo da paz. Estamos todos unidos pedindo proteção ao Senhor do Bonfim e rezando pelas vítimas fatais da violência", disse o padre. João Alberto Costa, presidente do Conselho de Segurança da Cidade Baixa, conta que a violência preocupa os moradores da região. Iniciativas como essas, segundo ele, ajudam a unir a comunidade."Sempre temos reuniões com os policiais, mas dessa vez nós nos reunimos com a igreja, com o Padre Edson, para ter uma força maior. Queremos chamar a atenção que é preciso nos unirmos para fazer um trabalho em conjunto de promoção da paz", acrescenta.Todos os fiéis caminharam de branco, com cartazes e bolas brancas. Um trio seguiu animando a comunidade religiosa. A marcha foi organizada pelas paróquias da Península de Itapagipe e da Cidade Baixa, além de entidades de classe.