Parte do comércio não abre e escolas estão fechadas no São Gonçalo

Ônibus voltam a circular nesta quarta e policiamento segue reforçado no bairro

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  • Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2017 às 11:52

- Atualizado há um ano

. Crédito: Bruno Wendel/CORREIO

O comércio continua parcialmente fechado, poucas pessoas circulam nas ruas e o CORREIO encontrou as escolas públicas sem aula nesta quarta-feira (11), no bairro do São Gonçalo, em Salvador, onde bandidos decretaram toque de recolher no início da manhã de terça-feira (10). O policiamento continua reforçado e os ônibus voltaram a circular hoje no bairro. Ruas vazias e imóveis amanheceram pichados no bairro do São Gonçalo (Foto: Bruno Wendel) Alguns imóveis também amanheceram com a frase "luto eterno" pichada nas paredes, em referência à morte do traficante Diego Ferreira Figueredo, conhecido como Açúcar, durante confronto com a polícia, no bambuzal de acesso ao Aeroporto Internacional de Salvador, na segunda-feira (9). 

"Essas pichações não estavam aí ontem durante o dia. Fizeram na calada da noite", disse um soldado da 23ª Companhia Independente da PM (CIPM/Tancredo Neves) , que fazia patrulhamento no local na manhã desta quarta.   Policiamento continua reforçado e ônibus voltaram a circular no bairro (Foto: Bruno Wendel) No final de linha, escolas permaneceram fechadas. "Agora só segunda. Alguns pais ainda estiveram aqui, mas não há professores e nem a direção. Todo mundo com medo", disse o vigilante do Colégio Estadual Alberto Valença. A Secretaria da Educação do Estado da Bahia informou que a unidade possui 933 estudantes matriculados e que abriu normalmente - mas que foi registrada baixa frequência.

Não teve aula também na Escola Municipal Emílio Celestino Costa. "Infelizmente, mesmo com algumas viaturas, ainda sentimos um pouco de medo", disse uma mãe de um dos alunos. Procurada a Secretaria Municipal da Educação informou que as unidades funcionaram parcialmente.

Hostilidade O corpo de Açúcar foi enterrado hoje, por volta de 10h, no Cemitério Bosque da Paz. O CORREIO esteve no local, mas foi impedido pela família de acompanhar o sepultamento. A equipe de reportagem foi hostilizada pelos familiares. 

O policiamento no reduto de Açúcar, em São Gonçalo, foi reforçado com efetivo da 23ª  CIPM. "Estamos com viaturas e motos. Foi uma recomendação do comando para garantir a segurança para que os ônibus possam circular normalmente no bairro, evitando que novas ações do grupo sejam praticadas após o enterro", disse um dos policiais que estava de prontidão no final linha.

Ainda em São Gonçalo, policiais militares abordaram suspeitos. "Toda cautela é pouca. Estamos aqui para garantir a segurança da população e para isso medidas de rotina são intensificadas", declarou um tenente enquanto o restante da tropa revistava um grupo de rapazes que estava sentado em um beco no final de linha.   

Em nota, a PM informou que o policiamento permanece intensificado pela 23ª CIPM, Companhia Independente de Policiamento Tático (CIPT)/ Rondesp Central e Operação Gêmeos. As equipes de policiais estão posicionadas em pontos estratégico com viaturas e motos realizando rondas e abordagens a pedestres e veículos suspeitos. 

Número 2 Açúcar era o número dois da facção Bonde do Maluco (BDM) em Salvador, estava abaixo apenas de Venicio Bacellar, conhecido como Fofão, preso em São Paulo e trazido ontem para Salvador.

Segundo a polícia, acusado de participar de roubos a bancos, homicídios e tráfico de drogas, Açúcar chegou em Salvador em um voo que saiu de São Paulo e foi recebido pelo comparsa Aloísio Ribeiro da Silva, 43 anos, que respondia por tráfico de drogas em Simões Filho e o aguardava em um veículo Ágile branco. 

Segundo a assessoria de comunicação do Departamento de Polícia Técnica (DPT), o corpo de Aloísio foi liberado para o Cemitério Quinta dos Lázaros. Ainda de acordo com a polícia, ao passarem pelo bambuzal, na única via de entrada e saída para carros do terminal, os dois reagiram a uma operação policial montada para prender Açúcar.