Pesquisa mostra como a arte jesuíta influenciou urbanização do país

O livro Arte Jesuíta no Brasil Colonial – Os Reais Colégios da Bahia, Rio de Janeiro e Pernambuco será lançado nesta quarta (13), às 19h, no Instituto Feminino da Bahia

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 13 de dezembro de 2017 às 06:15

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução/Divulgação

O Real Colégio de Salvador, no Terreiro de Jesus; o Real Colégio do Rio de Janeiro e o Real Colégio de Olinda. Os três grandes centros administrativos da Companhia de Jesus no Brasil durante o período colonial são o tema do livro Arte Jesuíta no Brasil Colonial – Os Reais Colégios da Bahia, Rio de Janeiro e Pernambuco (Versal Editores), da historiadora Anna Maria Fausto Monteiro de Carvalho,  que será lançado hoje(13), às 19h, no Instituto Feminino da Bahia, no Politeama. Vencedor da 13ª edição do Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica - Clarival do Prado Valladares, o trabalho será apresentado  em uma palestra  pela autora,  antes da sessão de autógrafos.  A pesquisadora Anna Maria Fausto Monteiro de Carvalho fará uma palestra antes do lançamento (Foto: Arisson Marinho) Na Bahia, as instalações do Real Colégio de Salvador incluíam a atual Catedral Basílica, a área da atual Faculdade de Medicina, no Terreiro de Jesus, e o Pátio dos Estudos Gerais, onde está situada  a Praça da Sé. Vale salientar que os jesuítas foram responsáveis por grande parte do processo de ocupação do território brasileiro, através de uma ação que se prolongou de maneira ininterrupta durante mais de dois séculos e marcou a educação no país. Os colégios implantados pelos jesuítas em Olinda, Salvador e Rio de Janeiro seguiam o mesmo modelo dos europeus e tinham como objetivo oferecer uma educação básica para garantir o acesso às universidades ou preparar o estudante para a prática de algum ofício.

Segundo a pesquisadora, o modelo missionário jesuíta teve o sucesso marcado pela capacidade de adaptação aos contextos culturais diversos. Prova  disso pode ser vista na arte das reduções jesuíticas e o estilo musical do barroco andino. Junto com as comunidades indígenas, eles produziram expressões artísticas que mesclavam as várias culturas. O próprio José de Anchieta (1534-1597)  se notabilizou por ser autor da primeira gramática da língua tupi e guarani, além dos autos, que apresentava os princípios do cristianismo num contexto indígena.

Anna Maria inicia o livro contando a história de Inácio de Loiola (1491-1556), fundador da Companhia de Jesus. Segue pontuando o impacto da congregação no processo de urbanização de Portugal e do Brasil, mostrando como a cultura barroca tornou a arquitetura e as artes plásticas dessa ordem sua marca no Novo Mundo. Na segunda parte, ela destaca a evolução das expressões artísticas e arquitetônicas que partem de algo singelo e humilde para uma monumentalidade urbana. Conhecido hoje como Terreiro de Jesus, o espaço foi escolhido pela Companhia de Jesus para implementar seu plano de urnanização (Foto: Reprodução) O trabalho de pesquisa de Anna Maria Fausto Monteiro de Carvalho foi selecionado pela Comissão Julgadora do Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica - Clarival do Prado Valladares, que é formada por três historiadores, um escritor e integrantes da Odebrecht e da Versal Editores. Para a 13ª edição, o prêmio recebeu 251 inscrições, vindas de 21 estados brasileiros, e de outros cinco países. São Paulo liderou o ranking com 76 inscritos, seguido pelo Rio de Janeiro (40), Bahia (23) e Minas Gerais (22). Anna Maria Fausto é professora da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e membro do Comitê Brasileiro de História da Arte (CBHA) e Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade (CEPESE - Portugal). Formada em História desde 1975, têm mestrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doutorado em Faculdade de Letras - História da Arte pela Universidade de Coimbra (2003), se dedica ao estuda da arte jesuítica, arte franciscana e artes plásticas.

Instituído em 2003, o Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica - Clarival do Prado Valladares viabilizou a geração e o registro de conhecimentos originais sobre o período pré-colombiano do território brasileiro, o comércio do açúcar nos primeiros anos de efetiva colonização, a participação de ordens religiosas na formação nacional, a engenharia e a urbanização de nossas cidades nos séculos XIX e XX, entre outros. O prêmio é reconhecido pela comunidade acadêmica como um dos mais importantes incentivos à pesquisa histórica no Brasil. Desde sua criação, já recebeu mais de 1,5 mil projetos, enviados por pesquisadores de instituições de 23 estado brasileiros. Entre os livros publicados, seis receberam o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, o mais prestigiado prêmio editorial do país.

LANÇAMENTO:

Livro: Arte jesuíta no Brasil Colonial – Os Reais Colégios da Bahia, Rio de Janeiro e Pernambuco, de Anna Maria Fausto Monteiro de Carvalho

Data: 13 de dezembro (quarta-feira)

Horário: 19h

Local: Instituto Feminino da Bahia (Rua Monsenhor Flaviano, nº 2, Politeama)

Editora: Versal Editores

Páginas: 576