PM prende seis e mata um em Santa Cruz; ônibus deixam de circular

Presos e morto fariam parte de grupo criminoso conhecido como 'Bonde'

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  • Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2017 às 20:08

- Atualizado há um ano

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Seis suspeitos foram presos e um foi morto durante confronto com a Polícia Militar no bairro de Santa Cruz, na tarde desta quarta-feira (20). Os ônibus deixaram de circular na região por conta da ação. É o terceiro caso de confronto com a PM que termina com morte no Complexo do Nordeste de Amaralina em dois dias - houve registros no Vale das Pedrinhas e também no próprio Nordeste. Os ônibus deixaram de circular no local após o caso.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o suspeito baleado, identificado como Marcelo Neris dos Santos, chegou a ser socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas não sobreviveu.

Policiais do  Pelotão Especial Tático Ostensivo (Peto) da 40ª Companhia Independente da Polícia Militar (Nordeste de Amaralina) foram até a região hoje à tarde e localizaram os suspeitos, que fariam parte de um grupo de criminosos conhecido como Bonde, na localidade de Sucupira. Houve reação e troca de tiros. Seis suspeitos foram presos, um adolescente apreendido e Marcelo foi baleado. Ele tinha dois mandados de prisão em aberto.

Com o grupo, foram apreendidos uma pistola calibre 9mm, que tem uso restrito e é de fabricação israelense, e maconha em quantidade não divulgada. Guarnições do Esquadrão Águia, Operação Gemeos, 35ª CIPM (Iguatemi) e Grupamento Aéreo deram apoio à ação.

Segundo relato de uma funcionária da Escola Municipal José Calazans, os alunos precisaram ser liberados a partir das 16h. "Amanhã não iremos pela manhã porque está tendo tiroteio ainda", diz ela, que prefere não se identificar. "Liberamos os alunos e ligamos pros pais irem buscar os filhos mais cedo, porque a polícia estava lá na área, com arma em punho, ocupando os becos", acrescenta. Marcelo Neris dos Santos (Foto Leitor CORREIO) No posto de saúde municipal do local, funcionários e pacientes se abaixaram na hora do tiroteio. Houve correria e pânico do lado de fora quando os tiros foram ouvidos.

"O reforço no policiamento, iniciado ontem após as mortes de três traficantes de drogas, segue por tempo indeterminado. Informações sobre atividades criminosas podem ser enviadas através do Disque Denúncia da SSP (3235-0000) e 190. Podem denunciar que vamos checar”,  diz o coronel Francisco Kerjean Sampaio Lopes, comandante do Policiamento na Região Integrada de Segurança Pública (Risp Atlântico). O local terá reforço da Companhia de Patrulhamento Tático Móvel (Patamo) do Batalhão de Choque da PM.

Os suspeitos presos foram encaminhados para o Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco) e o de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Ônibus Por conta das últimas mortes, os ônibus não estão circulando no Vale das Pedrinhas.Os coletivos que passam pela local, fazem parada na entrada na entrada do bairro. Já os ônibus que passam pela Santa Cruz, param na região do Parque da Cidade. "Na manhã desta quinta-feira, nós vamos até os bairros para verificar se os ônibus já podem circular", diz o vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários, Fábio Primo. 

Tráfico no Vale das Pedrinhas

O delegado Geraldo Damasceno, titular da 28ª Delegacia Territorial (DT), disse que os dois jovens mortos, na última terça-feira (19), faziam parte do grupo de Leandro Marques, segundo maior traficante do Serra Verde, localidade do Vale das Pedrinhas. Toda a região é controlada pela facção Comando da Paz (CP).   De acordo com Damasceno, o traficante Val Bandeira, preso no Complexo Penitenciário, na Mata Escura, é o principal chefe da área. Os traficantes identificados como Shakira e Pequeno atuam como primeiro e segundo homem, respectivamente. Já os suspeitos identificados como Ivo, Menca, Dimas e Bagaço fazem a segurança da localidade.

Os suspeitos Caique, conhecido como Loiro, Albiere, conhecido como Chucky, Anderson, conhecido como Peixinho, e outros dois, identificados apenas como  Lucas e Vitor atuam no Centro Vale, que também é comandado por Val Bandeira.

AO CORREIO, o delegado ainda informou que a polícia tem dificuldade para entrar no Vale."O policiamento está sendo intensificado, mas a polícia encontra dificuldade em relação a topografia do terreno. Os bandidos usam como escudo mulheres idosos e crianças".