Policiais recebem treinamento diferenciado para trabalhar em Massarandupió

Naturistas promovem campanha contra sexo na areia da praia; MP faz hoje audiência pública

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  • Alexandre Lyrio

Publicado em 18 de maio de 2017 às 05:31

- Atualizado há um ano

(Foto: Evandro Veiga/CORREIO)A prisão do casal de sergipanos que fazia sexo na praia de Massarandupió no dia 30 de abril deste ano levantou questionamentos sobre a atuação da Polícia Militar na praia de naturismo. Muitos questionam se a PM foi muito dura. Enquanto a Associação Massarandupiana de Naturismo (Amanat) pede mais policiamento para a praia, o major Ivan Paulo, comandante da 56ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Entre Rios), se desdobra para agradar os dois lados da disputa.

“Massarandupió tem essa peculiaridade. Estamos aqui para mediar esse conflito”, garante o major. Ele reconhece a importância do naturismo e até dos grupos de suingue para a economia local, tanto que treina os seus policiais de forma diferenciada. “Temos que adaptar o policiamento. Não é qualquer policial que pode trabalhar com isso. É uma outra forma de lidar com a comunidade”, diz o major, responsável pelo policiamento de Porto de Sauípe até Baixios, no Litoral Norte da Bahia.

Na ocorrência registrada em 30 de abril, informações sobre o momento da prisão do casal dão conta de que se trata de namorados de Sergipe, moradores de cidades diferentes. A ocorrência, inclusive, tipifica o sexo. “Quando a guarnição se deslocava pela praia de Massarandupió, encontrou o casal acima qualificado em ato obsceno, do tipo oral, não respeitando o espaço público, levando o PM a dar-lhe voz de prisão”, narra o documento oficial.

Ministério Público faz audiência nesta quinta-feira (18)Nos últimos anos, o Ministério Público recebeu diversas notificações por parte da Associação Massarandupiana de Naturismo sobre a prática do sexo e o uso do naturismo para atrair pousadas que estariam desvirtuando a filosofia. O promotor Paulo César de Azevêdo acredita que é preciso disciplinar as práticas. Uma audiência pública acontece hoje, às 14h, na sede da associação de moradores do local.

Um procedimento foi instaurado. “A Amanat nos provocou em relação aos abusos na praia e às festas de suingue. Eles querem proteger a filosofia naturista e acham que os estabelecimentos se aproveitam do status naturista de Massarandupió”, explica.

“Se as festas acontecem em ambiente privado, se as pessoas não estão vendo sexo explícito, não vejo problema”. Sobre o sexo na praia, ele fala em fiscalização. “Aí é uma questão que envolve o município e a polícia”.