Políticos com base em Feira acirram disputa pelo maior colégio eleitoral do interior

Pelo menos 18 candidatos com musculatura para concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa ou no Congresso Nacional pretendem brigar pelos quase 400 mil votos da “Princesa do Sertão”

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  • Luan Santos

Publicado em 15 de agosto de 2017 às 15:00

- Atualizado há um ano

Segundo maior colégio eleitoral da Bahia, Feira de Santana será palco de uma disputa acirrada pelos cargos de deputado estadual e federal na próxima sucessão. Pelo menos 18 candidatos do município com musculatura para concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa ou no Congresso Nacional pretendem brigar pelos quase 400 mil votos da “Princesa do Sertão” e de mais 240 mil dos outros 14 municípios que integram a Região Metropolitana de Feira. 

Dentre os virtuais candidatos, dez estão fora dos quadros da Assembleia ou do Congresso, cinco são deputados estaduais que buscam renovar os mandatos e dois são federais que querem trocar a Câmara pelo Legislativo do estado. Além deles, o prefeito da cidade, José Ronaldo (DEM), está no páreo pelo Senado e completa a lista feita pelo CORREIO a partir de um levantamento obtido com dirigentes partidários. 

A briga pelo eleitorado de Feira vem ganhando contornos de batalha campal. Em 2014, 400 candidatos a deputado estadual tiveram votos no município. Vitoriosos na última disputa, Zé Neto (PT), Targino Machado (PPS), Carlos Geilson (PSDB), Ângelo Almeida (PSB) e José de Arimateia (PRB), todos com domicílio eleitoral na cidade, vão lutar pela reeleição. Já os deputados federais Fernando Torres (PSD) e Irmão Lázaro (PSC), que também representam a cidade, já anunciaram que pretendem deixar Brasília para concorrer à Assembleia em 2018. 

Na mesma corrida, devem entrar ainda três vereadores da cidade: Gerusa Sampaio (DEM), segunda mais votada em 2016; Lulinha (DEM), quinto; e Eremita Mota (PSDB), sétima. Entre eles, só Lulinha disputou o pleito em 2014 e foi o oitavo lugar nas urnas da cidade, com 10,4 mil votos, de um total de 12,6 mil recebidos por ele.

Outro nome com trajetória política na cidade, o ex-prefeito Tarcízio Pimenta cogita candidatura, mas ainda não definiu se será estadual ou federal. Considerado a grande surpresa nas duas últimas eleições, Jhonatas Monteiro (Psol) deve concorrer novamente à Assembleia. Em 2014, foi o quarto mais votado em Feira, com 18,9 mil votos. Em 2016, quando tentou a prefeitura da cidade, ficou em terceiro, com 27,5 mil votos.  Troca de pista Sem Fernando Torres e Irmão Lázaro na batalha, os dois únicos deputados federais de Feira, a corrida pela Câmara está inteiramente aberta. O vice-prefeito Colbert Martins (PMDB) também ficará de fora. Mais votado na cidade em 2014, alcançando 46,6 mil votos, o peemedebista pretende assumir o comando da cidade no lugar de José Ronaldo. O que libera o caminho para concorrentes que buscam ascensão política. 

Com 32,9 mil votos contabilizados em Feira, o segundo candidato a deputado federal mais votado no município em 2014, Zé Chico (DEM), vai tentar a Câmara outra vez. Junto com ele estará o vereador Marcos Lima (PRP), que foi eleito com a quarta melhor votação para a Câmara no ano passado. Outro nome considerado forte era o de Ronny Miranda (PHS), presidente da Câmara Municipal, que morreu na última semana vítima de uma parada cardíaca. 

Dois aliados de primeira hora do prefeito também estão na fila. Um deles é o secretário de Meio Ambiente do município, Sérgio Carneiro (PV), que já foi deputado federal por três mandatos. O outro é Paulo Aquino (SD), secretário de Governo e ex-vice-prefeito. 

Liderança Grande parte dos concorrentes gravitam em torno de José Ronaldo. Dos dez nomes sem mandato na Câmara ou Assembleia, nove são aliados do prefeito - somente Jhonatas Monteiro é da oposição. Entre os deputados estaduais e federais, só Zé Neto e Fernando Torres são da base do governador Rui Costa (PT), enquanto outros cinco são da oposição no estado.  “Feira de Santana, de fato, é uma cidade estratégica. Mas eu não sou o mais votado em lugar nenhum. Tenho base em diferentes municípios do estado. Na minha última eleição para deputado, tive votos em 393 cidades”, afirma Sérgio Carneiro, um dos integrantes do círculo político de José Ronaldo. Sem Colbert Martins no páreo, o ex-deputado tende a se beneficiar. “Disputamos sempre o mesmo perfil de eleitorado”, salienta. 

Já Paulo Aquino, outro integrante do secretariado do prefeito, ainda não confirma a candidatura à Câmara dos Deputados, apesar de ser uma das principais apostas de José Ronaldo. Por fora, há ainda os que não têm domicílio eleitoral na cidade, mas estão de olho nas urnas da Princesa. 

Em 2014, enquanto 400 nomes diferentes tiveram votos para deputado estadual na cidade, 262 candidatos a federal foram lembrados pelos feirenses. Entre os dez mais votados na cidade durante a briga pela Assembleia, três são de fora: os deputados Soldado Prisco (PPS), Alan Castro (PSL) e Tom Araújo (DEM). Para federal, Marcio Marinho (PRB) e Robinson Almeida (PT) tiveram bom desempenho na última sucessão estadual e ficaram no ranking dos dez mais.