'Precisamos melhorar nosso sistema e controle', diz Ministro da Defesa sobre fiscalização de embarcações

Raul Jungmann esteve em Salvador para realizar uma vistoria em navios caça-minas

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  • Nilson Marinho

Publicado em 13 de outubro de 2017 às 18:48

- Atualizado há um ano

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Durante uma visita na manhã desta sexta-feira (13) ao 2° Distrito Naval da Marinha, no bairro do Comércio, em Salvador, o Ministro da Defesa Raul Jungmann afirmou que é preciso reforçar a fiscalização das embarcações que navegam pela Baía de Todos os Santos. Em agosto, a baía foi palco da tragédia envolvendo a lancha Cavalo Marinho I, embarcação que saiu da localidade de Mar Grande, município de Vera Cruz, na Ilha de Itaparica, e naufragou deixando 19 pessoas mortas e uma desaparecida.

Para o ministro, é preciso intensificar as operações em alto-mar para evitar que novas tragédias possam acontecer. Ele afirmou ainda que, durante o verão, campanhas, sobretudo publicitárias, estão sendo feitas para conscientizar os navegantes e os órgãos públicos. "Nós aprendemos com essa tragédia que precisamos melhorar o nosso sistema e controle. Os cuidados devem ser efetivamente tomados porque nós fazemos a fiscalização mas ela, logo em seguida, pode ser alterada, como por exemplo lastros que deveriam dar equilíbrio e excesso de pessoas nas embarcações", explicou o Ministro.

Ainda de acordo com ele, o inquérito aberto pela Marinha já ouviu, até o momento, 60 sobreviventes dos 124 passageiros que embarcaram na lancha. O inquérito ainda está em andamento. "Estamos levantando todos os fatores causais e assim que for concluído (inquérito) nós vamos dar a ele um conhecimento público e vamos encaminhá-lo à justiça", completou. 

Durante 500 km de extensão da costa entre as cidades de Camamu, no sul do estado, e Mangue Seco, na cidade de Jandaíra, no Nordeste baiano, 15 militares se deslocam pela costa para fiscalizar cerca de 20 mil veículos aquáticos inscritos no Comando do 2º Distrito Naval.

Segundo o Vice-almirante Almir Garnier Santos, além desse efetivo, a Marinha conta com outros equipamentos para ajudar nas fiscalizações. "Além daquele pessoal que trabalha diuturnamente pela Capitania dos Portos eu, como comandante do 2° Distrito, aloco mais pessoas, aloco também equipamentos que a Capitania não tem, como os nossos navios de patrulha e helicópteros da PM que trabalham conosco", pontuou o Vice-almirante.

Caça-Minas O Ministro veio a Salvador para acompanhar a fiscalização de quatro Navios-Varreduras, ou caça-minas, pertecentes ao 2° Distrito Naval. As embarcaçãoes, que ficam atracadas no Porto de Aratu, são responsáveis por realizar varreduras por toda a costa brasileira.  

As varreduras, na verdade, ajudam a Marinha no treinamento de desmonte e implosão desse tipo de munição, que é colocada em terra e em alto-mar por países inimigos. De acordo com a Marinha, no Brasil não há minas, mas as atividades preparam os militares para possíveis confrontos. 

Cada embarcação pesa cerca de 252 toneladas e mede cerca de 40 metros e todo o material é feito de madeira para evitar que, em caso de minas magnéticas, os navios sejam atraídos para perto dos explosivos. "O 2° Distrito Naval é o distrito de referência em termo de desminagem. A gente sabe que minas são artefatos que são utilizados para bloquear acesso aos portos e a tudo aquilo que tem relação com o transporte aquaviário", ressaltou o ministro.  

Os Navios-varredura Aratu, Atalaia, Araçatuba e Alberdão, que chegaram ao Brasil na década de 70, vindos da Alemanha, realizaram a simulação durante a tarde desta sexta utilizando cabos de aços, tesouras e flutuantes, para simular o desmonte.

A intenção do Ministro é de ampliar a frota. " Isso é fundamental para a defesa e soberania do Brasil. Para se ter uma ideia disso, 86% de todas as importações e exportações são feitas através do Oceano Atlântico, só isso nos dá a ideia da importância de se ter exatamente a capacidade de desminagem para que elas (embarcações) atuem e possam corresponder as nossas necessidades", concluiu o Ministro.