Prefeito confirma nova tarifa de R$ 3,70 a partir de terça-feira

Passagem de ônibus terá R$ 0,10 de aumento, menor reajuste em 10 anos

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  • Raquel Saraiva

Publicado em 29 de dezembro de 2017 às 22:24

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Valter Pontes/Secom

Quem pegar um ônibus em Salvador nas primeiras horas de terça-feira vai pagar R$ 0,10 a mais. Isso porque a tarifa do transporte público na capital baiana vai aumentar de R$ 3,60 para R$ 3,70. A informação foi confirmada pelo assessor de relações de trabalho do consórcio Integra, Jorge Castro, com exclusividade ao CORREIO.

Mais tarde, durante o segundo dia de shows no Festival Virada, o prefeito ACM Neto falou sobre a nova tarifa. “Falaram que era R$ 4,35, R$ 4. É R$ 3,70, só isso. Nós só fizemos o cálculo da reposição da inflação, com os índices previstos no contrato. Foi arredondado para baixo, porque daria R$ 3,74, me parece, e como o contrato prevê o arredondamento ou para cima ou para baixo, como deu abaixo de R$ 3,75, então a tarifa é R$ 3,70 a partir do dia 2. Só isso, mais nada, não tem nenhuma outra reposição”, anunciou Neto. O aumento deve ser publicado no Diário Oficial do primeiro dia útil de 2018.

ACM Neto destacou ainda os benefícios para a população com a implantação do sistema de integração ônibus-metrô-ônibus. “Nós fizemos a integração do ônibus com o metrô, eu havia garantido que essa integração não seria repassada para a tarifa, estou aqui mantendo o meu compromisso e a minha palavra”, ressaltou durante a entrevista coletiva.

O prefeito disse ainda que a administração municipal continua dialogando sobre o equilíbrio econômico-financeiro do contrato. “A prefeitura contratou um estudo, está em curso, não está ainda concluído, portanto nós não vamos passar neste momento para a tarifa qualquer tipo de desequilíbrio econômico do contrato. A tarifa é R$ 3,70 a partir do dia 2 de janeiro”, concluiu.

Empresas Segundo o assessor de relações de trabalho do consórcio Integra, Jorge Castro, o reajuste não deve cobrir as despesas das empresas de transporte. “Isso vai agravar a situação das empresas. O aumento deveria ser para, no mínimo, R$ 3,90”, argumenta.

Ainda de acordo com ele, o número reduzido de passageiros no último ano, por causa do transporte clandestino, a ampliação do benefício de gratuidade e o aumento de custos são os responsáveis pela redução do faturamento do setor.

Aumento esperado A frota em Salvador conta com 2.600 ônibus. Atualmente, 1,3 milhão de passageiros são transportados diariamente por este tipo de transporte coletivo do município. O novo preço para as passagens começa a valer a partir da meia-noite do dia 2.

Segundo Cláudio Malamut, coordenador de atendimento ao usuário da Integra, embora o reajuste não seja ideal, já era esperado. “Apesar de estar aquém da necessidade, o aumento já estava previamente definido em uma fórmula, ele é um número estabelecido contratualmente e a gente aceita”, afirma.

A associação Integra representa três empresas que operam em Salvador: OTTrans, Plataforma e CSN. O reajuste anual no valor da passagem está previsto no contrato assinado em 2014 entre a prefeitura e as empresas de transporte municipal. O contrato prevê a duração de 25 anos para a concessão.

Cálculo O presidente da Agência Reguladora dos Serviços Públicos de Salvador (Arsal), Henrique Trindade, explica que a tarifa é reajustada com base em uma fórmula fixada de reajustes anuais. A operação considera a variação calculada com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), a inflação de produtos e serviços, com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e a variação do preço dos combustíveis.

“O INPC e o IPCA têm peso de 40% cada um e o preço dos combustíveis pesa 20% no aumento da passagem”, explica Trindade. Os índices usados como base foram de 1,95% para o INPC, 2,80% para o IPCA e de 10,5% para o combustível, ainda de acordo com o presidente da Arsal.

Este reajuste para 2018 é o menor dos últimos 10 anos. Henrique afirma que o crescimento mais baixo se deve à inflação. “A inflação este ano foi mais baixa, só o valor do combustível que puxou um pouco para cima. No entanto, ele pesa menos no cálculo da tarifa”.