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Veja como funciona a modalidade de venda imobiliária que vem ganhando espaço no país nos grandes centros urbanos e nas regiões de forte apelo turístico
Priscila Natividade
Publicado em 19 de abril de 2018 às 06:00
- Atualizado há um ano
Quem pensa que segunda residência é só a casa de praia, um sitio no interior ou outra propriedade que vira o lar doce lar na época de férias ainda não conhece o sistema fractional. Em outras palavras, o imóvel fracionado que também pode ser chamado de residência compartilhada.
O formato é bem popular na Europa e nos Estados Unidos. Após a regulamentação no Brasil, a tendência de fracionamento oferece uma possibilidade de acomodação certa para a temporada de descanso, além de mais um tipo de investimento.
“O compartilhamento é mais uma alternativa para o setor imobiliário. A ideia da modalidade é adquirir cotas de um imóvel e utilizá-lo durante um período de acordo com um rodízio entre os outros cotistas”, explica o presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário(Ademi-BA), Claudio Cunha.
Na Bahia, com todas as cotas vendidas, o Quintas Private, em Sauipe, foi um dos pioneiros na venda fracionada. “Outra vantagem da modalidade é o funcionamento em rede. Isso permite ao cliente ter acesso a outros imóveis em vários lugares do Brasil e até de outros países”, completa Cunha.
O apelo de destinos com vocação turística e de regiões nobres nas grandes cidades fomenta o compartilhamento. A Smart Sharing é mais uma empresa que opera no sistema de cotas . “Assim é uma maneira de compra de imóvel para uso do tamanho das necessidades das pessoas”, afirma o diretor da empresa, Fabiano Cordaro.
Para um contrato de direto de uso por tempo determinado, há cotas a partir de R$ 15 mil. Uma fração de uma propriedade em uma região nobre há opções de R$ 50 mil, a depender do tamanho da unidade. “Cada vez menos as pessoas têm interesse em comprar um segundo ou terceiro imóvel e deixá-lo fechado a maior parte do tempo e estão cada vez mais se adaptando ao compartilhamento dessas propriedades”.
Investimento
Quem adquiriu uma fração leva junto também uma alternativa de investimento. No sistema fractional, o consumidor se torna uma espécie de sócio do empreendimento, como destaca o educador financeiro Edísio Freire. “Nesse tipo de produto é como se você comprasse uma ação desse empreendimento. Se ele bombar no mercado, o cotista ganha com isso. Por outro lado, se não vingar, ele também não vai ter nenhum retorno”.
Ele compara o compartilhamento com as letras de crédito (LCIs), por exemplo: “Na letra de crédito imobiliário, o investidor vai ter sua remuneração de acordo com o movimento desse mercado. Se ele estiver bom, seus papéis vão render também”.
Como todo investimento arrojado, é preciso pesquisar sobre a modalidade e conhecer bastante sobre o desempenho do mercado imobiliário. “Não se encante pela primeira apresentação. As pessoas podem perder dinheiro se o empreendimento não for confiável. Claro que existem empresas sérias no mercado, mas nunca é demais esse tipo de cautela quando se trata de investimento de risco”, recomenda Freire.
SAIBA MAIS SOBRE A MODALIDADE
Como funciona o compartilhamento de imóveis? Nesse tipo de produto, o consumidor adquire uma fração de uma parte de um imóvel. Isso dá direito que ele use aquela propriedade por um determinado período. Também é possível ter acesso a outros ímóveis espalhados no país e no mundo, que fazem parte da rede onde comprou a cota.
Quais os cuidados? Como é um negócio que envolve risco, é preciso pesquisar bem o empreendimento e buscar operadoras confiáveis para não acabar perdendo dinheiro. Nunca é demais esse tipo de cautela. As características do produto e sua localização devem ser analisadas criteriosamente.
Por que pode ser um tipo de investimento? Ao comprar as cotas, o consumidor também ganha de acordo com o posicionamento daquele imóvel no mercado. Se ele for bem recebido, isso aumenta os ganhos. Mas, se ele não for bem aceito, isso compromete a rentabilidade.
Qual o perfil de quem procura um imóvel fracionado? O imóvel fracionado é como se fosse uma segunda residência, sobretudo, para quem busca um lugar para passar férias com base em um sistema de rodízio de uso.