Quem diria, hein, Hernane?

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Publicado em 8 de fevereiro de 2018 às 09:35

- Atualizado há um ano

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Hernane é a prova de que o futebol é mesmo uma arte, e colorida em tons vivos. Depois de iniciar o ano como um fardo que o Bahia tem a obrigação de carregar porque não consegue se livrar devido ao alto salário - inclusive sendo-lhe tomada a camisa 9, que não é usada por ninguém no elenco - e de não ser levado sequer para o banco de reservas em algumas partidas, o atacante magicamente entrou no intervalo de mais um enfadonho 0x0 do Bahia, fez três gols, deu uma assistência e transformou preocupação em goleada na Fonte Nova.

Fez mais: quase sempre insosso diante dos microfones, dessa vez o Brocador tomou emprestado um pouquinho da fanfarronice de Túlio Maravilha e disse que o campeonato para o Bahia começou agora. Na quinta rodada e após um mês de trabalho em 2018...

Ele não exagerou. Não considerar como real a bolinha que o Bahia jogou desde o primeiro compromisso na temporada até o primeiro tempo de ontem contra o Vitória da Conquista é até um favor que Hernane presta ao torcedor tricolor.

É também a motivação e a tranquilidade que faltavam para o Ba-Vi, no domingo posterior ao Carnaval, dia 18. A goleada sobre o Bode deixa o clima mais leve no Bahia, que terá  dez dias de treinos a seu favor para evoluir. No mesmo período, o Vitória vai jogar duas vezes - sábado contra o ABC e na Quarta de Cinzas contra o Corumbaense. Sem dúvida, o tricolor chegará fisicamente melhor que o rubro-negro no clássico.

Um Ba-Vi pela fase classificatória do estadual tem tanto peso na temporada do clube? Isoladamente, não deveria. Mas, se não tivesse vencido como venceu, seria enxergado - por torcedores, críticos e talvez até internamente - de outra maneira por causa do contexto: o time chegaria para o jogo no Barradão fora da zona de classificação no Campeonato Baiano (ainda está) e sem ter feito uma atuação convincente no ano. É um peso extra que Guto Ferreira deixa de carregar. Ele já é visto com má vontade por alguns torcedores porque trocou o clube pelo Internacional no ano passado e, em um time de massa como o Bahia, o pedido por tempo de treinamento a cada vez que o triunfo não vinha já soava como lenga lenga.

Só não dá para se iludir. Assim como é cruel crucificar o treinador - seja qual for - após 15 dias de treinamento e 20 de bola rolando, também não dá para considerar que o "tricolor voltou" por causa de um jogo bom. Foi apenas um, o que num total de sete realizados é muito pouco. Ainda assim, um alívio momentâneo. Suficiente para que, pelo menos na avenida, a cerveja do torcedor do Bahia  desça gelada.

Herbem Gramacho é editor de Esporte e escreve às quintas-feiras.