Quem será o presidente do Brasil?

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  • Armando Avena

Publicado em 22 de setembro de 2017 às 07:30

- Atualizado há um ano

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Quem será o presidente do Brasil? É impossível responder a essa pergunta, faltando um ano para as eleições presidenciais, especialmente num país em que a corrupção derruba a reputação dos políticos de forma acelerada. Mas a pesquisa CNT/MDA, divulgada está semana, dá indicações preciosas sobre quais candidatos são competitivos. Observa-se, desde logo, consultando os índices de rejeição dos pré-candidatos, que o eleitor quer para presidente um nome novo, com o maior afastamento possível do espectro político. Os pré-candidatos – Ciro, Alkmin, Marina e Lula – tem rejeição superior a 50%, enquanto a rejeição de Bolsonaro e Dória atinge 45% e 43%, respectivamente. Ora, é comum entre os marqueteiros afirmar que candidato com mais de 40% de rejeição não se elege e que com 50% ou mais é quase impossível reverter o comprometimento da imagem. Assim, surge uma primeira conclusão: há um espaço enorme para o surgimento de um nome novo e, se os grandes partidos não bancarem esse nome, corre-se o risco de aparecer, entre mais de uma dezena de partidos que vão apresentar candidato, um aventureiro encantador, um novo caçador de marajás, que, como Fernando Color em 1989, pode disparar na frente das velhas raposas da política brasileira. É preciso lembrar, no entanto, que o índice de rejeição reflete o momento da pesquisa e que, a depender do quadro econômico e do estado emocional da população, ela pode ser revertida, por isso é preciso analisar o outro lado, ou seja, aquele que mostra a popularidade dos candidatos. Nesse quesito, de nada vale saber quem está na frente ou quem está atrás, o que importa são duas perguntas diretas feitas ao eleitor: o candidato da sua total preferencia e aquele que, mesmo não sendo o preferido, poderia ter seu voto. Quando se junta as duas perguntas apenas  dois candidatos são competitivos, Lula, com 47,7%,  e Marina, com 44,8%, todos os demais estão com percentual abaixo de 40%. Segunda conclusão: Lula, apesar da alta rejeição, é um candidato fortíssimo e, mesmo sendo réu em vários processos de corrupção, poderia facilmente ter mais de 50% dos votos. Quando seus adversários afirmam que o ideal seria enfrenta-lo nas urnas para assim decretar seu fim, estão dizendo uma bobagem e podem estar decretando seu ressurgimento triunfal.  Aqui é preciso fazer um adendo e verificar que 20% dos eleitores disseram não conhecer Doria, quase 15% não conhecem Ciro e 13% nunca ouviram falar de Bolsonaro, o que dá a esses candidatos uma capacidade de crescimento maior que os demais, cuja imagem já está consolidada.  Num quadro como esse, tudo pode acontecer e faz-se necessário agregar outras possibilidades, como a de um salto econômico do país em 2017, com forte redução do desemprego, o que abriria margem para uma candidatura tecnocrata, como a do Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, num cenário semelhante ao do sucesso do Plano Real, que elegeu Fernando Henrique Cardoso. No mais, a constatação de que quase 25% dos eleitores estão entre aqueles que se mostram indecisos ou afirmam que vão votar em branco ou nulo reforça a ojeriza do eleitor aos políticos que aí estão e abre oportunidades para o surgimento de nomes novos. De todo modo, na política brasileira, tudo pode acontecer e muitas pesquisas ainda aparecerão antes que se possa dizer quem será o presidente do Brasil.

Horário de verão O governo federal estuda acabar com o horário de verão. Um estudo do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e do Ministério de Minas e Energia concluiu o que todos já sabiam: se a justificativa para a implantação for apenas a economia de energia elétrica, a medida é inútil e seus efeitos estão “ próximos à neutralidade”. A vantagem do horário de verão é que ele estimula setores como comércio e turismo, pois amplia as possibilidades de lazer da população. Nos últimos anos, por decisão do governo do Estado, a Bahia ficava fora do horário de verão, apesar das reiteradas solicitações do trade turístico e de empresários, e virava um estado de segundo classe, fora do eixo de decisões do país. Com isso, perdia negócios na área do comércio e turismo, sofria com o atraso nas negociações cambiais para o comércio exterior, com a incompatibilidade de horários dos voos nos aeroportos e a redução do horário de negociação de ações na Bolsa de Valores, entre outros inconvenientes. Assim, seja qual for a decisão do governo federal com relação ao horário de verão, ela deve ser estendida para todo o país de modo a não dividir o Brasil em estados de primeira e de segunda classe.

Síndrome de capitalismo As vendas no varejo vêm se recuperando em quase todos os setores da economia baiana, mas o segmento de artigos farmacêuticos e de perfumaria continua reclamando da crise. O chororô tem razão de ser, afinal, entre janeiro e julho o setor caiu 6,2%, mas a explicação para a lenta recuperação é simples: síndrome de capitalismo. É uma síndrome que faz com que os empresários, ao perceber que um setor está com preços altos e rentabilidade expressiva, passem a investir maciçamente nele, para assim lucrar mais rapidamente. O problema é que muitos empresários têm a mesma ideia, correm para o mesmo setor, e o excesso de oferta faz os preços e a rentabilidade caírem.  Após um “boom” econômico no setor, dezenas de farmácias foram abertas em Salvador e, com o aumento da competição, os lucros caíram. Um exemplo é o número de farmácias que existem na Av. Manoel Dias da Silva, na Pituba, mais de uma dezena em uma única rua. Mas a síndrome de capitalismo tem cura rápida, em breve, com o aumento da competição, muitas farmácias vão quebrar e o mercado voltará ao equilíbrio.

A Bahia no ranking da competitividade A Bahia ficou em 20º lugar entre 27 estados, na segunda edição de 2017 do Ranking de Competitividade dos estados. No ranking, o Ceará aparece em 11º lugar e Pernambuco em 18º lugar. Entre as 10 dimensões pesquisadas, a Bahia teve desempenho expressivo apenas no item solidez fiscal, ficando 3º lugar entre os 27 estados. Nos demais itens, a posição da Bahia é muito ruim: 19º lugar em infraestrutura, 23º lugar em segurança pública e antepenúltimo lugar no país em educação. Dá inveja ver que o Ceará fez uma revolução na educação e ostenta alguns dos melhores indicadores educacionais do país.  Nem tudo é ruim na Bahia, que está em 7º lugar na quantidade de voos diretos e tem o 5º menor custo da mão de obra do país, embora, e talvez por isso, tenha o 3º pior índice de produtividade do trabalho. O ranking é elaborado pelo Centro de Liderança Pública.

A denúncia contra Temer A segunda denúncia contra o presidente Temer, encaminhada pelo Supremo à Câmara de Deputados para que autorize a investigação, deve ter o mesmo fim da anterior. Temer ainda preserva uma base aliada capaz de vetar a autorização, mas isso não será automático e o Planalto vai ter de colocar em prática novamente a política do toma lá dá cá. Além disso, se a mosca azul picar o presidente da Câmara de Deputados, Rodrigo Maia, lembrando-lhe que se Temer cair, ele assume a Presidência e pode se candidatar à reeleição, aí a coisa vai se complicar.  

Votar em quem não tem mandato?    Em contraponto aos milhões de brasileiros insatisfeitos que estão pregando o voto nulo ou o voto branco, está surgindo uma nova corrente nas redes sociais cuja lema é: não vote em quem tem mandato. A ideia pode prosperar e gerar uma renovação inédita na política brasileira, mas é preciso ter cuidado e avaliar se quem não tem mandato não é tão ruim quanto aquele que já tem.