Redescubra o Santo Antônio Além do Carmo numa rota de fim de semana

Um roteiro de charme para comer, beber, dormir e comprar coisas que você só encontra nesse pedacinho do Centro Histórico

Que tal fazer uma viagem na sua própria cidade e  aproveitar um fim de semana romântico  no Santo Antônio Além do Carmo? A ideia é desfrutar do charme desse bairro antigo, no coração do Centro Histórico, e  fazer tudo a pé, na maior calma e em boa companhia. A região desperta paixões  e  mais parece uma cidadezinha de interior, com direito a paróquia, coreto e gente espiando nas janelas das casas. Para você curtir isso tudo, fizemos um roteirinho testado e aprovado de onde ficar, comer e comprar.  Quem programar o passeio até o dia 12 ainda curte o festival autônomo Sobe e Desce, no qual 17 estabelecimentos se uniram para promover a gastronomia do Santo Antônio. Comidinhas e bebidinhas por R$ 25. Não perca!

Onde se hospedar O terraço da Pousada do Boqueirão: paz com vista para o mar (Foto: Angeluci Figueiredo) Um olhar que nos enche subitamente de verde. Na pousada do Boqueirão, o cenário é assim: a natureza dá o tom e te chama instantaneamente para um descanso. Conseguimos ver o beija-flor comendo frutinhas,  apreciar a vista da Baía de Todos os Santos, e desconectar a mente, pelo menos, por uns instantes. E se o desejo é  curtir um  fim de semana a dois, você está no lugar certo. O visual da pousada é todo retrô: chão de madeira, ladrilhos hidráulicos e muitas obras de arte (Foto: Reprodução/Instagram) Aberta há 27 anos,  a partir da reforma de dois casarões antigos, a pousada tem 15 quartos  e um salão decorado com peças do artesanato popular brasileiro. Um dos destaques do espaço é o café da manhã farto de delícias. Já está incluso na diária. Olha o charme de um dos quartos do Boqueirão: os mais baratos têm diárias a partir de R$ 90 (Foto: Angeluci Figueiredo) Quem não estiver hospedado lá pode começar o dia com um banquete inspirador pagando R$ 35. Basta ligar no dia anterior para avisar. “Os pães são concebidos na casa e usamos produtos locais, como geléias de cooperativas. Os  bolos são feitos  com leite de licuri e também utilizamos queijo de cabra do Sertão”, conta a dona, a italiana Fernanda Cabrini.   A vista da varanda da Pousada do Boqueirão: mar da Baía de Todos os Santos (Foto: Reprodução/Instagram) Os quartos são decorados sem afetação e alguns deles têm vistas fascinantes para o Centro Histórico, um verdadeiro convite ao relaxamento.  As diárias vão depender da escolha da acomodação e  e custam de R$ 180 a R$ 380. Os quatro quartos que não são suítes têm preços mais baratos, a partir de R$ 90.  A varanda do quarto número 5 é luxuosamente simples (Foto: Reprodução/Instagram) Toda quinta-feira

Do pôr do sol até 22h, dois amigos italianos que moram no Santo Antônio se reúnem para uma festa do paladar. Fernanda recebe, na Pousada, o chef Alessandro Narduzzi, no projeto Quintas com Narduzzi. A Salada de camarão na laranja de umbigo (R$ 28) é uma das delícias do Quintas com Narduzzi (Foto: Angeluci Figueiredo) “Muita gente perguntava por mim, mas eu ando fazendo só consultoria. Aqui dá para atender aos amigos com clássicos de minha carreira e também fazer coisas novas”, conta ele. Tudo é artesanal e individual, dos pães à porqueta. Os papardeles vêm com uma carne de caça. Já teve paca, veado e pato. Tudo muito gostoso. As mesas do farto café da manhã (aberto para visitantes por reserva) e do Quintas com Narduzzi são um charme (Foto: Angeluci Figueiredo) Destaque para a Salada de camarão na laranja de umbigo (R$ 28), o Involtini de berinjela ao forno (R$ 28), o Espaguete à pescadora (R$ 60) e o Linguine ao pesto e camarão (R$ 50). O lugar é lindo e comporta até 35 pessoas. Por isso, é bom reservar (71 3241-2262). Cartão só de débito. A belíssima cozinha da Pousada do Boqueirão pode ser admirada de um dos salões (Foto: Reprodução/Instagram) Vá lá: Rua Direita de Santo Antônio, 48. Tel.: 71 3241-2262.

Hora do almoço Olha como o Poró é todo bonitinho por dentro (Foto: Angeluci Figueiredo) Um dos restaurantes mais charmosos da cidade está no Santo Antônio. O Poró, aberto desde 2015, encanta de imediato. A decoração, muito bem pensada, mais parece um cenário, tamanha a riqueza de detalhes. No restaurante Poró, prove o Farrapo: cubos de peixe puxado no molho de ostras com leite de coco, arroz gohan e fios de alho poró (Foto: Angeluci Figueiredo) Destaque para o cantinho dos guarda-chuvas, ponto certo para tirar aquela foto para o Instagram, já que as cores das peças penduradas contrastam com o grafite da parede. Ele fica sobre uma ponte que leva até o banheiro, que também é todo bonitinho e original. O cantinho dos guarda-chuvas, que leva até o banheiro do Poró (Foto: Reprodução/Instagram) Se a ideia é almoçar no bairro, agende logo a visita. O cardápio segue o mesmo primor. Há receitas elaboradas, como o Farrapo (cubos de peixe puxados no molho de ostras com leite de coco, acompanhado de arroz gohan e fios de alho poró), que serve uma pessoa e custa R$ 39. O Cheesecake de coco com manga do Poró (Foto: Reprodução/Instagram) Para petiscar, vale provar a entradinha Polenta com ragu de costela e geleia de tomate (R$ 20). Um bom pedido de sobremesa pode ser o Cheesecake de coco com manga.   A fachada do restaurante Poró, é toda trabalhada no azul, no branco e na memória afetiva (Foto: Reprodução/Instagram) Vá lá: Rua do Carmo, 13. Tel: 99618-1704.

Vamos garimpar? No Cabral Descobertas, o olhar se perde e quando você menos espera está no meio de muitas peças cheias de histórias: garimpo (Fotos de Angeluci Figueiredo) Um lugar curioso e cheio de achados . Essa é uma boa definição para o Cabral Descobertas, espaço aberto há 15 anos no Santo Antônio. É uma espécie de antiquário onde se garimpa mais do que arte e antiguidades. No brechó de Cabral (como o lugar é conhecido), você se perde na história. Outro ângulo da mesma sala da foto anterior, no brechó de Cabral A quantidade enorme de peças dá ao lugar um visual maximalista. “A ideia é você  descobrir o que realmente tem aqui. Se deixando levar pelo garimpo”, indica o proprietário, João Cabral. Outra sala e um novo mundo se descortina no Cabral Antiguidades Ele comprou o casarão em ruínas, reformou  e transformou  num negócio capaz de agradar a (quase) qualquer pessoa. Basta ter um olhar mais treinado para as buscas. Em Cabral dá para achar de um tudo: móveis, objetos e muita quinquilharia Encarne o turista, visite o espaço e mire nas descobertas, que vão desde fotografias de desconhecidos até uma coleção completa de Jorge Amado. Os preços são amigos do bolso. Um pratinho antigo, por exemplo, custa R$ 35. 

Vá lá : Rua do Carmo, 17. Tel.: 71 3326-9877.  

No fim do dia Para beber, experimente o atole (R$ 13), cujo nome significa gengibre em iorubá e leva a raiz na receita (Fotos de Angeluci Figueiredo) Gastou a sola dos calçados batendo pernas no Santo Antônio? Termine a jornada no D’ Venetta. O espaço  cultural instiga a explorar os sentidos. O paladar é aguçado pela gastronomia autêntica. “A ideia é resgatar a essência da comida do Nordeste, unindo com outras tendências”, explica a proprietária, Maria Doralice Sousa. Para beber, experimente o atole (R$ 13), cujo nome significa gengibre em iorubá e leva a raiz na receita. Para acompanhar? O arrumadinho vegano, à base de brócolis, banana e couve-flor, sai por R$ 45 e serve duas pessoas.  A decoração maximalista do D’Venetta questiona o que é descartável na atualidade e valoriza elementos da cultura afrobaiana Sucesso também são as cervejas artesanais. Prove o chope feito na casa com maracujá e a cerveja de amora.   A visão é afetada pela decoração maximalista. “O objetivo é  questionar  o que é belo. Temos amor pelo antigo e pela simplicidade. Numa época em que tudo é descartável é preciso valorizar e resignificar”, desabafa ela. Já a audição é lindamente contemplada pelo repertório selecionadíssimo de vinis e pelos novos artistas que se apresentam  no espaço. 

Vá lá: Rua dos Adobes, 12. Tel.: 71 3243-0616.

Assista vídeo sobre o D'Venetta: