Rodoviários ameaçam não fazer integração com metrô nesta quarta

Ação é protesto da categoria; secretaria diz que não foi informada e vai multar

Os ônibus de Salvador não vão entrar nos terminais de integração com o metrô nesta quarta-feira (8). Segundo o Sindicato dos Rodoviários, a decisão foi tomada em protesto às empresas, que a categoria informa que não estão cumprindo o acordo coletivo em relação ao vale transporte dos trabalhadores. A reclamação é que o cartão dos rodoviários não funciona no metrô. 

Os rodoviários dizem que não vão entrar nos terminais de Mussurunga, Acesso Norte, Rodoviária, Lapa e Pirajá. Eles devem parar normalmente em pontos próximos às estações, mas os coletivos não entrarão.  O sindicato não detalhou quanto tempo vai durar a ação - se será o dia todo ou somente na manhã.

De acordo com o presidente do Sindicato, Hélio Ferreira, o movimento também é um "ato de solidariedade" à população - muitos têm reclamado do processo de integração e reacomodação de linhas. 

O secretário Fábio Mota informou que não foi oficialmente comunicado da decisão. "Soubemos pela imprensa agora", diz. Segundo ele, as empresas podem ser multadas caso os rodoviários não parem nos pontos - os terminais são considerados paradas de ônibus. Hoje, 200 mil passageiros usam diariamente a integração de um total de 1,3 milhão.

O Sindicato das Empresas de Transporte Público de Salvador (Setps) também afirmou que não foi informado da ação dos rodoviários e nega que esteja descumprindo acordo coletivo. "Está sendo cumprido normal e ninguém veio conversar nada com a gente", diz Jorge Castro, diretor de relações institucionais do Setps. "Talvez eles estejam com algum problema com metrô, não sei se é isso... Mas não sei do que estão reclamando. Temos que dar transporte e estamos dando", diz. "Se houver multa, vamos repassar para o trabalhador, já que é ele quem não vai parar no ponto", conclui.

Segundo a Semob, a multa por não parar em um ponto de ônibus durante uma viagem pode variar de 10 a 200 vezes o valor da passagem - o valor máximo da infração custaria atualmente R$ 720. O valor é multiplicado por quantas vezes o ônibus deixar de parar no ponto em questão por dia.