Salvador tem maior ocupação hoteleira do Brasil no Carnaval

Média bateu 96%, mas alguns hotéis chegaram a 100% dos leitos ocupados

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  • Carol Aquino

Publicado em 15 de fevereiro de 2018 às 03:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Evandro Veiga/CORREIO

Em média, 280 mil passageiros usaram o aeroporto entre os dias  3 e 14 de fevereiro (Foto: Evandro Veiga/CORREIO) O índice de ocupação hoteleira no Carnaval de Salvador foi o maior do Brasil no ano de 2018, superando até mesmo o do Rio de Janeiro. Segundo a Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação (FeBHA), o número chegou a 96%, sendo que alguns hotéis bateram 100%, como foi o caso do Mercure, do São Salvador e do Fiesta. 

“Não houve outra capital com desempenho da rede hoteleira como Salvador, mostrando que somos o primeiro e principal destino de Carnaval do Brasil”, destacou o prefeito ACM Neto. A estimativa é que a capital baiana tenha recebido 800 mil turistas durante a folia de Momo e tenham sido movimentados por aqui cerca de R$ 1,7 bilhão.  

“O Carnaval teve um volume maior de turistas e participação popular e precisamos comemorar. Conseguimos até um número melhor do que o ano passado”,  avaliou o presidente do Conselho Baiano de Turismo (CBTur), Roberto Duran. 

De acordo com os cálculos da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH),  a média da capital pode ser ainda maior e chegar até 98,5%. “O Carnaval é um produto muito forte em Salvador. A grande lotação dos hotéis, apesar da crise, mostra a força que Salvador tem como destino turístico nesta época do ano”, apontou o presidente da entidade, Glicério Lemos.

Para ele, além dos trios sem cordas - foram 186, segundo a prefeitura -, os destaques positivos neste Carnaval foram a organização da festa  e a segurança. 

O Aeroporto Internacional de Salvador registrou uma média de 280 mil passageiros entre o dia 3 e anteontem, em 2 mil operações, sendo mil pousos e mil decolagens. Ontem, foram 30 voos entre 0h e 6h -  20 nacionais e 10 internacionais. Ao longo do dia, muita gente passou pelo terminal, algumas saindo direto da folia. 

Ainda de abadá no corpo, o turista de Porto Alegre João Paulo Magalhães, 30 anos, disse que o Carnaval de Salvador havia superado suas expectativas. “O que mais me impressionou foi essa energia 24 horas, a cidade vive o Carnaval o tempo inteiro. De onde eu venho não é assim”, revelou.  Teve folião que foi para o aeroporto de abadá e tudo, como o gaúcho João Paulo (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Solteiro após sete anos de relacionamento, ele tinha como “meta” curtir a folia na capital baiana assim que estivesse descompromissado. “Meus amigos já tinham vindo duas vezes e adoraram”, disse o jornalista, que curtiu seis noites no Camarote Salvador e ainda foi pro Me Abraça.  

Folião pipoca, o médico Túlio Lima, 41, trocou o tradicional Carnaval de Recife, onde mora, pela folia na capital. “Gosto muito de axé e tinha vontade de passar um Carnaval aqui”, falou. Ele aprovou o modelo de Salvador, que atualmente privilegia atrações sem cordas no circuito. “O lado bom da pipoca é que dá para ver todos os blocos passando”, contou. Ele tem a intenção de retornar outros anos. 

O Carnaval também deixou um gostinho de quero mais para o casal Adriana, 41, e Aristóteles Almeida, 43. Vindos de Santos (SP), eles ficaram encantados com o conforto dos camarotes do Nana e Club. Após passarem três dias na capital, ficaram com vontade de voltar em outros Carnavais.

Porém, eles estranharam o deserto dos acessos após a folia e o cheiro de xixi nas ruas. “Uma amiga até disse que se a gente não passasse mal naquele momento, não vomitava mais”, disse a mulher, que realizou o sonho de ver um show do cantor Bell Marques.