Segundo dia de Furdunço agita a pipoca na Barra

Teve Armandinho, banda Maglore, Ricardo Chaves e ÀttøøxxÁ

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  • Fernanda Santana

Publicado em 8 de fevereiro de 2018 às 22:57

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO

Guerreiros romanos, freira, irmãos Adams, BoJack Horseman. Teve de tudo no primeiro dia de Furdunço dentro do Carnaval, na noite desta quinta-feira (8), na Barra. Mas, se for para eleger um vencedor, que seja a criatividade de baianos e turistas. Sem a separação de cordas, os foliões se misturaram, ao som de clássicos carnavalescos e marchinhas de bandas de sopro. Tudo isso sem cordas. Ou seja, voltado para o folião pipoca.

Do alto do trio, Armandinho já cantava para os foliões dizendo que não havia espaço para corda:“Pra que corda? Pra que corda? Se a pipoca tá com a corda toda”.

Ainda na entrada do Circuito Dodô, a banda Duas Medidas sacudiu o público com Glicose. O vocalista, Lincoln Sena, aproveitou para desejar sorte aos ambulantes que já se espalhavam: “Que esses isopores voltem vazios  para casa”, disse. Se depender dos foliões, tinha tudo para dar certo.

Teve espaço para todo mundo. O grupo de fanfarra Sem Freio mostrou que a festa é democrática e que não precisa de trio elétrico para fazer o verdadeiro Carnaval. Para a percussionista Josi Nascimento, 46 anos, a festa é mesmo feita por “gente alegre e tranquila que vem para se divertir”.

O cineasta Matheus Santana, 26, por exemplo, resolveu dar vida ao personagem BoJack Horseman, da série homônima da Netflix. Mas nada do mau humor típico do personagem. Pelo contrário. “Só alegria em estar aqui. Todo ano, penso em uma fantasia diferente pra brincar, me divertir. Tá dando certo”, contou Matheus, que curtia a passagem de algumas das 24 atrações do Furdunço.  Perto do folião Um dos idealizadores do Furdunço, em 2014, o cantor Ricardo Chaves acompanha de perto o crescimento da criação. O músico, que tocou com o Alavontê, no Pranchão, acredita que o projeto tomou proporções maiores que o imaginado.

“Antes, eram uns carrinhos pequenos, agora ja vemos uma mudança. A gente continua ficando perto do folião, mas vemos uma diferença nos outros”, disse ao CORREIO. A mudança, inclusive, tem feito Ricardo pensar em novos projetos: “Depois de hoje (essa quinta), pode ser que algo novo surja, como foi quando criamos o Furdunço”.

A banda baiana Maglore voltou à terra natal para participar, pela primeira vez, do Furdunço. As expectativas eram as melhores. Para a folia, os meninos do rock apostaram na percussão. “A gente já traz essa mistura no nosso estilo. Um samba, algo mais agitado. Então, nem precisamos nos adaptar muito”, contou o vocalista, Teago Oliveira.

Popa da bunda E ainda teve espaço para o grupo ÀttøøxxÁ estrear no Carnaval levando a Popa da Bunda para a avenida. O produtor musical Rafa Dias disse ao CORREIO que o dia marca os três anos de trabalho na música. “Estamos colhendo tudo o que plantamos. É realmente demais”, contou. Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO Se a música será o hit do Carnaval? “Aí é o público quem vai dizer. Mas que é forte, é forte”, disse Raoni Knalha, um dos vocais.

Entre os amigos Alex Ferreira, 21, Karen Luana, 20, e Tainara Alessandra, 24, não ha dúvidas: “Ninguém bate Popa da Bunda”. Alex, inclusive, é “a própria popa da bunda”. Pelo menos é o que diz, antes de repassar a coreografia. Os três são de Aracaju e, garantem, só voltam para lá na Quarta-feira de Cinzas.  

* Com supervisão da editora Clarissa Pacheco