Segundo PM suspeito por morte de jogador de basquete é preso

Crime aconteceu no Rio Vermelho; outro soldado já está preso

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  • Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2017 às 19:34

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reproduçao

Um segundo suspeito de participar da morte do jogador de basquete Ednei Moreira Bahia foi preso nesta quinta-feira (16). O soldado Alexsandro de Souza Cerqueira se apresentou com o advogado no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e teve o mandado de prisão temporária cumprido. O crime foi no dia 5 de novembro, no Rio Vermelho. Além de Ednei, outras duas pessoas foram baleadas e ficaram feridas. O outro acusado é o também policial militar Frederico Santos Costa, que já está preso.

Alexsandro contou em depoimento que deu tiros para o alto, somente, como uma maneira de defesa, afirmando que Ednei e os amigos deste o ameaçaram. A pistola 380 do PM foi apreendida e passará pelo Sistema de Identificação Balística (Ibis), que poderá identificar de que arma saiu o projétil que matou o jogador. Após ser ouvido, o PM passou por exames médicos no Departamento de Polícia Técnica (DPT) e seguiu para a Corregedoria da Polícia Militar.

Testemunhas ouvidas pela polícia dão conta que Frederico e a vítima discutiram por causa das cervejas, por volta das 3h30. Depois de sair do bar, o policial seguiu a vítima e atirou em Ednei usando uma pistola ponto 380. Socorrido ao Hospital Geral do Estado (HGE), ele não resistiu ao ferimento. 

Frederico disse em depoimento disse que agiu em legítima defesa. “Frederico diz que foi ameaçado por Ednei e seus amigos, por isso acabou atirando no jogador”, explica o delegado José Bezerra Junior, diretor do DHPP, que conduziu o interrogatório.

Ao CORREIO, a família de Ednei contou, um dia depois do crime, que já havia identificado Frederico através de uma selfie tirada na boate onde a confusão começou. Durante o enterro da vítima, na terça (7), no Cemitério Quinta dos Lázaros, a viúva de Ednei, Janecleide Santos, 27, condenou a atitude do policial e pediu que o crime não fique impune.

"Ele matou meu marido por causa de uma cerveja. Que tipo de monstro é esse? Quero justiça", declarou."Vinte mil caixas de cerveja eu te dava, seu desgraçado. Você não tem mãe, você não tem pai, você não tem filho não, seu idiota, seu desgraçado. Vou até o fim", continuou a viúva, revoltada.A mãe de Edinei, Vanda Moreira, 50, que chegou a desmaiar durante o sepultamento, também pediu justiça. "Quero saber cadê os deputados, porque se fosse um filho deles, o que eles fariam? Hoje foi meu filho, amanhã pode ser o deles. Eu quero que tenha justiça, é só isso que eu quero: justiça para meu filho", desabafou, ao lado da nora e do neto de 4 anos.

Nesta quinta, após ser informado sobre a prisão de Frederico, um dos amigos de infância de Edinei contou que a família dele ainda não retornou para o Rio de Janeiro, onde moravam com a vitima. A mãe e a esposa dele ainda estão sob efeito de remédio."A irmã fala dele o tempo todo. A gente fica feliz em saber da prisão dele. Como a repercussão do caso foi grande na imprensa, tivemos a esperança de que ele não ficaria impune, mas a família ainda está sofrendo bastante", disse ao CORREIO.O soldado Frederico é lotado na 15ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Itapuã). Ele ficará detido no Complexo Penitenciário da Mata Escura. A arma dele foi apreendida e passará por perícia no Departamento de Polícia Técnica (DPT).  Frederico diz que agiu em legítima defesa (Foto: Almiro Lopes/CORREIO) 'O primeiro (tiro) é o seu' No momento do crime, uma câmera instalada em um bar, no Largo de Santana, registrou o desespero e correria de frequentadores durante os disparos que acabaram com uma morte e mais dois feridos.

Ao CORREIO, o motorista Josualdo Cardoso, 26, amigo de Ednei, contou que estava com a vítima e outros três amigos, quando decidiram entrar na boate, por volta de 1h30. O grupo pediu alguns baldes de cerveja e o jogador aproveitou o momento para fazer algumas selfies - uma delas registrando seu futuro algoz. Os amigos seguiram se divertindo até notarem que um dos baldes havia desaparecido.

"Ele (o atirador) reclamou que um balde de cerveja dele havia sumido, e um dos nossos também sumiu. Na hora, Edinei falou com ele que a gente também tinha sido roubado, e reclamou que isso era um absurdo. Ele até chamou o garçom para reclamar", relatou Cardoso."Na saída da boate, depois que o show já tinha terminado, o cara veio para cima da gente com a arma em punho e disse: 'Eu quero minha cerveja. O primeiro é seu', e deu um tiro no peito de meu amigo. Foi tudo muito rápido", complementou Cardoso.O amigo da vítima contou ainda que depois de atirar em Edinei, o homem virou para outro amigo do jogador de basquete e disparou. O rapaz conseguiu correr, mas os tiros acertaram José Raimundo de Jesus, que passava no momento. O assassino fez mais alguns disparos, o que provocou a correria e empurra-empurra no largo, que estava cheio.