Selfie, não, mamãe

Senta que lá vem...

  • D
  • Da Redação

Publicado em 3 de novembro de 2017 às 06:19

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

Talvez por estar saindo de um áspero trabalho de servente de pedreiro na Barroquinha, talvez não, e pouco importa, mas a verdade, esta menina traquina que não salva nem liberta, é uma só: quando surgiu o celular aqui em Salvador, eu estava com ojeriza a tijolo. E, ao ver aquele tijolão eletrônico nos ouvidos das pessoas que zanzavam sem parar, achei ridículo, muito ridículo. E minha cota neste quesito já estava mais do que completa. Não carecia eu ser mais burlesco ainda.

Por isso, apesar da insistência das pessoas amigas, esta raça de gente ruim, fugi do referido aparelho com a mesma velocidade & desenvoltura com que Rocha Loures correu da puliça portando as malas de dinheiro naquele glorioso episódio da polititica de Pindorama (deixa polititica mesmo, revisor sacana). Foto: Reprodução Derivo. Derivo, porém reconheço que o aparelho já me fez falta algumas vezes. Exemplo? Quando vejo estes zé ruelas das internets metidos a libertários, estes valentes a favor que só defendem os poderosos de plantão, penso que o celular seria útil, bastante útil. Se tivesse um, sacaria do coldre e rumaria no cocuruto destas injúrias. Porém, como aprendi com Bela Gil que posso substituir esta atitude por alguns pacíficos palavrões, a serventia do indigitado diminuiu pra mim

Ah, sim, não tomem este meu anacrônico posicionamento como um ato superior. Não é. É apenas mais uma idiossincrasia deste invocado & retrógrado locutor. Também nunca tive um mísero cartão de crédito, nunca usei carteiras, nem outras mumunhas tecnológicas.

Inclusive, vocês podem continuar usando seus equipamentos à vontade. Não me incomoda. Quero dizer. Não me incomoda se vocês me tirarem deste bolo, pois não sou fermento. No dia em que estivermos num barco que acabou de naufragar, igual ao que ocorreu com este hoje (2/11) nesta província lambuzada de dendê, maresia e ridícula ostentação, espero sinceramente que vocês usem suas energias para tentar se salvar e/ou me salvar.

Pelo amor de Jehová (de Carvalho) e dos velhos marinheiros, não tirem selfies perto de mim neste angustiante momento, não, pois isso poderá despertar em mim instintos ainda mais primitivos do que aqueles que Zé Dirceu estimulou em Roberto Jefferson.

E, num Dia de Finados, isso talvez não seja algo bom. Estão avisados, né?

Texto originalmente publicado no Facebook

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