Selic em queda: onde investir?

Por Edísio Freire

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  • Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2018 às 07:00

- Atualizado há um ano

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Como ficam os investimentos em renda fixa com a queda expressiva da Selic? É o momento de trocar de ativo? Marcelo Santos

Olá Marcelo. Os produtos de Renda Fixa são indexados ao CDI, que por sua vez, varia de acordo com a SELIC. Com as sucessivas quedas da taxa básica de juros, o CDI também cai e consequentemente os ativos de renda fixa perdem rentabilidade. Isso serve para a Poupança, CDB, Títulos Públicos, Letras de Créditos, dentre outros. Dependendo do seu perfil e da sua tolerância ao risco, é possível melhorar os ganhos com o mercado financeiro diversificando mais seus investimentos. Uma boa opção são os Fundos Multimercados, que têm na sua formação ativos de renda fixa e renda variável. Contudo, observe o nível de volatilidade do fundo. Até 2% é aceitável. Outra opção são os COE’s – Certificado de Operações Estruturadas. Esses ativos sofreram menos com a queda da Selic e conseguem oferecer uma rentabilidade melhor, mas recomendo fazer a escolha com a orientação de um especialista ou depois de estudar bastante as opções. Investir no mercado de ações também é uma opção, mas requer cuidado redobrado em função do risco.

 Vejo todo mundo dizer que a economia está voltando aos eixos, mas vejo também ainda muita coisa cara no supermercado, por exemplo. O pior realmente já passou? Marisa Silva

Olá Marisa. Existe um conglomerado de informações econômicas que nos são despejadas todos os dias, sobre índices, cenários, perspectivas, dentre outras, que as vezes confundem mais do que esclarecem as dúvidas, principalmente quando observamos no noticiário que a inflação está caindo e não conseguimos perceber esse efeito nas prateleiras dos supermercados. Você está coberta de razão, mas esse fenômeno ocorre porque os índices econômicos são criados a partir de uma tabulação de dados padronizados a partir de uma cesta de produtos e serviços pré-estabelecidos, e as vezes os produtos que utilizamos não fazem parte dessa cesta, ou o estabelecimento onde compramos pratica preços maiores. Mas o fato é que com a queda dos juros da economia há uma tendência de incentivo maior à oferta de emprego, o que aumentará a renda das famílias e consequentemente o consumo, reaquecendo a economia. A princípio, o pior já passou, vamos torcer para não ocorrer nenhum grave escândalo político e o Brasil consiga recuperar a confiança dos investidores e melhorar ainda mais sua economia.

Por que as taxas de juros mais baixas ainda não chegaram ao cheque especial e ao cartão de crédito? Antônio Lima

Olá Antônio. Infelizmente o processo de repasse da redução dos juros para o consumidor final é mais lenta do que deveria. Algumas linhas de crédito já absorvem rapidamente a queda da Selic, mas outras como o Cartão de Crédito e Cheque Especial demoram um pouco mais. Isso acontece por que na formação dessas taxas existem outros elementos relevantes, como a inadimplência e o Spread Bancário, que são fatores que têm comportamento de forma independente em relação à taxa básica de juros. Mas a tendência é que com o passar do tempo e a manutenção da taxa em baixa, as instituições comecem a repassar essa redução para o consumidor final. Em alguns produtos já se observa uma pequena redução, como no financiamento imobiliário, para algumas linhas, alguns cartões de crédito. Enfim, é uma questão de tempo para que a economia de ajuste.