Sem vigilantes, museus baianos são fechados neste final de semana

Os espaços estão fechados para manter a segurança do acervo

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  • Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2017 às 14:52

- Atualizado há um ano

Quem procurou opções de lazer neste sábado (3) em museus de Salvador se deparou com os portões fechados. O motivo do fechamento é a greve dos vigilantes que estão parados desde a quarta-feira (24). A paralisação atinge serviços bancários, agências do INSS e instituições como museus. De acordo com o comunicado do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural do Estado (Ipac), estão fechados o Museu de Arte da Bahia (MAB), no Corredor da Vitória, o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM), que fica na Avenida Contorno, o Palácio da Aclamação, no Campo Grande, o Centro Cultural Solar Ferrão, Museu Udo Knoff de Azulejaria e Cerâmica, Museu Tempostal, estes últimos no Pelourinho. Segundo Ipac, o motivo do fechamento é para manter a segurança do acervo. No Corredor da Vitória, o Museu Geológico permanece funcionando normalmente, assim como o cinema da Sala de Arte no local. O Palacete das Artes, que fechou a visitação ao acervo, manteve a programação do entorno. Na área externa, permanecem aberto o restaurante Solar Gastronomia e está mantido o evento ‘Paraguassu – Feira de Impressos’, que acontece nestes sábado e domingo. “Estamos no momento de crise e não podemos fechar, então investimos em segurança privada. É um investimento necessário para não parar. O movimento não deve ser afetado. Quando há eventos no museu já nos preparamos com mais funcionários para a demanda extra”, diz a gerente do Solar Gastronomia, Nina Rodrigues.O MAM, na avenida Contorno, está fechado neste final de semana (Foto: Divulgação)Para a produtora executiva da Feira de Impressos, Marília Carneiro, com o fechamento do museu, pode haver diminuição do público. “Entendemos que é uma manifestação justa e acabamos tendo que arcar com os custos da segurança privada nestes dois dias”, afirma Marília. A mostra, na área externa do Palacete, irá reunir mais de 60 expositores, entre artistas, editores independentes, coletivos e editoras de várias partes do Brasil e também do exterior. Neste domingo (4), a Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba) fará uma apresentação gratuita na feira, às 15h. O repertório desta apresentação transita entre o popular e o erudito e é dedicado à obras de compositores brasileiros. Um dos destaques é a peça “Gonzagueando“, uma seleção de sucessos do mestre Luiz Gonzaga (1912-1989) com arranjos sinfônicos, composta por José Ursindo da Silva (Maestro Duda).Além dos museus de Salvador, os museus do interior também foram afetados: em Santo Amaro, o Museu Recolhimento dos Humildes, o Parque Histórico Castro Alves, em Cabeceiras do Paraguaçu e o Museu do Recôncavo Wanderley Pinho, em Candeias. Sem acordoA última rodada de negociação na última quinta-feira (1º), no Ministério Público do Trabalho (MPT), terminou sem acordo. Um novo encontro está agendado para a terça-feira (6), também no MPT. Segundo o secretário de comunicação do Sindicato dos Vigilantes, Jefferson Fernandes, os patrões não foram ao encontro desta quinta. "Eles mandaram os advogados, que disseram não saber que se tratava de uma negociação. O Ministério Público do Trabalho propôs uma nova reunião para a amanhã, mas eles disseram que só tinham horário disponível na terça-feira", afirmou. O Sindicato dos Vigilantes acusa o sindicato patronal de intransigência e de tentar alterar um Termo de Ajustamento e Conduta (TAC) assinado com a categoria em 2012, para prorrogar a jornada de 12h de trabalho. A categoria pede que o piso salarias passe de R$ 1.002 para R$ 1.500, aumento de 7%, e reajuste no tíquete alimentação, além de cota de 30% para mulheres em todos os cargos, mas dizem que os patrões ofereceram apenas 1% de aumento.