Show de Elza Soares é destaque na premiação da Educadora

Artista homenageou compositor Lupicínio Rodrigues no show Elza Canta e Chora Lupi

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  • Rafaela Fleur

Publicado em 10 de dezembro de 2017 às 23:34

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Evandro Veiga/CORREIO

“Esteja onde estiver, eu sempre vou te amar, Lupi”, disse Elza Soares, logo que entrou no palco da Concha Acústica, por volta das 19h30 de hoje. Intitulado “Elza Canta e Chora Lupi”, o show,  que deu origem a um DVD lançado pela artista em 2016, fez parte da premiação do XV Festival de Música Educadora FM e aconteceu debaixo de muita chuva. Ela, no entanto, não afastou o público. “É bom que lava a alma”, disse a empresária Nil Pereira, 57 anos.  Todo o show foi marcado por uma palavra: amor. Do início ao fim, Elza não economizou no romantismo. “Amar é maravilhoso, vocês precisam amar. Vocês estão amando muito?”, questionou. Em seguida, cantou Nunca, canção de Lupi que já foi regravada por Gal Costa e Zizi Possi. O cantor e compositor Lupicínio Rodrigues faleceu em 1974 (Foto: Divulgação) Antes mesmo de cantar, a cantora exibiu um vídeo do seu homenageado. “Sou conhecido como o artista que inventou a da dor de cotovelo. Não sei por que, mas sou”, falava o compositor, falecido em 1974.  Em um cenário repleto de rosas vermelhas, Elza, de 80 anos, apresentou o show inteiro sentada, apontou para um porta-retrato de Lupicínio e disse: “Esse aqui sabia viver. Era danado, vivia no buteco. Mas sabia viver”, contou, antes de apresentar a canção Cadeira Vazia, uma das mais famosas de Lupi.  A cantora apresentou o show inteiro sentada (Foto: Evandro Veiga/CORREIO) Fã de Elza desde a infância, a professora Fátima Gomes, 53, comemorou a oportunidade de ver a artista ao vivo. “Ela me marcou, acompanho desde nova, quando tinha aquela polêmica com Garrincha”, relata. E ela não foi sozinha. A irmã Sônia Gomes, 60, também comemorou a experiência inédita. “Esse show caiu do céu”.

Já para Jaime Otávio, 26, ver Elza de perto não é novidade. “É o meu terceiro show. Ela carrega um discurso de muita força, passou por diversas dificuldades. É uma artista muito importante para o nosso país”, declara o publicitário. “Acho generoso ela dividir o palco com uma pessoa tão nova. Nos faz acreditar que seu legado será perpetuado”, completa, fazendo referência a cantora Larissa Luz.

Responsável pela abertura da cerimônia, Larissa subiu ao palco por volta das 18h30, cheia de empoderamento e discurso de força. “A carne mais barata do mercado já foi a carne negra, hoje não mais!”, afirmou a artista, que apresentou  músicas do seu segundo álbum,  Território Conquistado.   Larissa cantou músicas do seu segundo álbum, Território Conquistado (Foto: Evandro Veiga/CORREIO) Fã da cantora, a estudante Carol Argolo, 33, levou a filha Marina, de 5 anos, para bem perto do palco. “Ela adora. Vive dançando em casa”, conta. O motivo vai muito além da música. “Larissa foi essencial na aceitação do cabelo natural da minha filha. Ela não gostava dos cachos”.

A premiação do XV Festival de Música Educadora FM, que procura estimular a produção musical e independente baiana, anunciou os vencedores de 6 categorias. A de Melhor Arranjo para Música Instrumental ficou com o artista Mestre Bimba. O Trio Nibirú foi eleito o Melhor Intérprete Para Música Instrumental. Freguerêdo, de Junior Figuerêdo, venceu na categoria Melhor Música Instrumental. A Melhor Música com Letra foi Da Boca Pra Fora, de Dudu Reis. Ananda Góes venceu na categoria Melhor Intérprete para Música com Letra. Contra a Maré, da banda Canto dos Malditos na Terra do Nunca, foi a Melhor Música com Letra.