Show de Saulo e Projeto Livres Livros marcaram primeiro dia de Fliquinha

Burburinho infantojuvenil tomou conta de Cachoeira nesta quinta (5); programação infantojuvenil segue até domingo

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  • Laura Fernades

Publicado em 5 de outubro de 2017 às 22:49

- Atualizado há um ano

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Crianças correndo pelas ruas, outras conversando ansiosas com grupos de amigos (sem conter os pulos de alegria), outras dançando, ou lendo embaixo da árvore de uma praça. O burburinho do público infantojuvenil tomou conta da cidade de Cachoeira (a 120 km de Salvador) no primeiro dia da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), cuja programação gratuita da Fliquinha incluiu show do cantor Saulo e teatro, além de bate-papo e contação de histórias no espaço do projeto Livres Livros, que estreou no evento.

Passeando com sua bicicleta, o pequeno Guilherme Santana, 10 anos, exibia orgulhoso a sua biblioteca de gibi. “Itinerante. Biblioteca itinerante de gibi”, corrigiu o garoto, enquanto falava do projeto que consiste em uma cesta cheia de histórias em quadrinhos presa na bicicleta dada de presente pelo pai. “Tenho gibis da Turma da Mônica, da Marvel e DC, que são os mais populares”, justificou compenetrado. “É para ler aqui perto, na praça, na rua. Só não pode levar pra casa”, explicou Guilherme.

O garoto santo-amarense que também comandou um bate-papo ontem, às 16h, no espaço do Livres Livros, contou que começou a ideia de emprestar seu acervo de gibis quando tinha 8 anos. “Um dia levei para a escola, aí me pediram emprestado. No outro dia levei mais, pediram de novo. Nas férias, para não ficar parado, montei o Gibiteca na Praça”, contou Guilherme, que fez sua primeira assinatura de gibis com R$ 110 em moedas que ganhou de presente. “Queria investir em uma coisa que valesse a pena”, justificou.

Acompanhado da mãe, a pedagoga Carolina Santana, 33 anos, Guilherme roubou a cena com sua desenvoltura. Com um acervo de mais de mil gibis catalogados e uma meta de 5 mil, Guilherme adora contar histórias para idosos em abrigos e sempre que pode incentiva a leitura. “O mundo precisa de mais leitores. A leitura traz mais tranquilidade, transporta você e te deixa curioso. Quanto maior o livro, melhor a história”, garantiu o menino prodígio. “Pra mim é motivo de orgulho e o que me encanta é que tudo isso parte da mente dele!”, sorriu a mãe coruja.

Livres Livros Além da participação de Guilherme, a programação do espaço Livres Livros incluiu contação de histórias, oficinas, exposição e implantação da primeira minibiblioteca do Livres Livros em Cachoeira, na Praça do Faquir. “Nós somos o que espalhamos, não o que juntamos. A gente tem essa missão com o livro para conquistar as crianças”, disse a idealizadora do projeto, Raíssa Martins, 42, sobre a iniciativa que já recebeu 30 livros está disponível para novas doações do público.

Além da minibiblioteca que lembra uma casinha de passarinho, o Livres Livros apresentou ao público a tenda Magia das Histórias. Montada próxima ao Cine-Teatro Cachoeirano, com o apoio da Odebrecht e realização da instituição socioambiental Gato Maloko, a estrutura feita com material reciclável inclui paredes e poltronas de paletes, hortas e jardins, casinhas feitas com caixinhas de leite com poesias dentro e almofadas feitas com garrafas pet.

“A Odebrecht tem a tradição de valorização da cultura nos territórios onde se faz presente. Essa é a sexta edição que o grupo participa e não é o simples apoio financeiro, mas trazer conteúdo através da parceria de alguém com um trabalho sério e cuidadoso de comunidade”, destacou Marcelo gentil, 41, responsável pela comunicação da Odebrecht na Bahia, enquanto desta o lado social do Livres Livros, que inclui dois meses de trabalho na zona rural e urbana de Cachoeira, com trabalhadores locais. A apresentação de Saulo foi um dos programas mais concorridos do primeiro dia da Fliquinha (Foto: Paolo Paes/divulgação) Baile de Saulo Outro destaque da programação da Fliquinha foi o Baile Pé de Maravilha que o cantor Saulo apresentou na praça principal de Cachoeira. O show dedicado ao público mirim reuniu clássicos infantis da música brasileira, como a cantiga popular Fui no Tororó e Aquarela, de Toquinho, além de músicas do álbum Casa Amarela, lançado por Saulo e Ivete Sangalo, e sucessos da carreira solo do cantor.

“É um espetáculo gostoso de fazer, tenho dois filhos pequenos e é o que a gente ouve em casa. Eu adoro, é bem lúdico”, contou Saulo, que convidou a cantora Mariana Santana, 11 anos, de Porto Seguro, para cantar História de Uma Gata, de Chico Buarque, e Felicidade, de Marcelo Jeneci. Participando da Flica pela segunda vez, o cantor destacou o clima da cidade quando chegou com a equipe. “Vi um monte de criança de uniforme, você vê educação. A Fliquinha mobiliza a cidade inteira. Quando a gente lê a gente fica muito melhor e agradeço fazer parte de tanta grandeza que tem aqui”, comemorou.

A programação da Fliquinha, esse ano, conta com mais de 20 atrações e 16 autores, sendo a maior desde sua criação há cinco anos. “Hoje foi um sucesso, casa cheia! O espaço está ficando pequeno para comportar”, sorriu Mira Silva, curadora da Fliquinha com Lilia Gramacho. Diante do show de Saulo, que precisou ser transferido para a praça porque espaço só comportava 200 pessoas, Mira garantiu que para 2018 será pensada uma ampliação. “A gente sente que é necessário, porque as crianças estão participando, se interessando”, justificou.

Destaques da Fliquinha nesta sexta (6)9h30: Bate-papo com o autor Pablo Marurutto e “cantação” de histórias10h30: Bate-papo com os autores Rafael Graça e Marcos Borba11h30: show do grupo PUMM – Por Um Mundo Melhor14h30: Bate-papo com o autor Pedro Duarte15h30: Bate-papo com a autora Renata Fernandes16h30: show do grupo Dona Zefinha

Programação completa: http://flica.com.br