Taxista morto em acidente na Vasco é enterrado

O sepultamento aconteceu nesta manhã de domingo na Quintas dos Lázaros

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  • Bruno Wendel

Publicado em 22 de outubro de 2017 às 13:33

- Atualizado há um ano

O corpo do taxista Valdir Santos Silva, 64 anos, que morreu num acidente na Avenida Vasco da Gama neste sábado (21), foi enterrado no início da tarde deste domingo (22) no cemitério Quinta dos Lázaros, na Baixa de Quintas. Segundo testemunhas, Valdir levou uma fechada e bateu o carro. 

O enterro estava previsto para começar por volta das 11h30, mas só foi realizado com cerca de 40 minutos depois. Cerca de 150 pessoas acompanharam o velório. Além da versão de que Valmir teria levado uma fechada, a família acredita que o taxista possa ter passado mal na hora e ter perdido a direção do veículo.

“Algumas pessoas relataram para a gente que ele havia passado mal. Essa outra versão também chegou para a gente mais tarde. Só o resultado do laudo do Departamento de Polícia Técnica (DPT) para sabermos o que de fato aconteceu. Lamentamos a perda de um grande homem, de um grande pai, de um trabalhador”, declarou o mecânico Wellington dos Santos Soares, genro de Valdir. 

Valdir teve 15 filhos durante três relacionamentos. O mais recente foi com a dona de casa Maria de Lurdes da Anunciação, 54 anos, com quem conviveu por mais de 30 anos. Ela disse que o taxista ia ao médico com frequência, que fazia todos os exames e que não se queixava de nada. 

“Ele só tinha pressão alta e sofria de diabetes, mas os exames mostraram que estava tudo certo com ele. Tomava os remédios nos horários e era acompanhado por um médico”, declarou Maria de Lurdes.

Eles moravam no bairro do Garcia. “Ele saiu de casa 5h30 para trabalhar no ponto do Bompreço do Chame-Chame. Abriu o portão para ele sair. Meia hora depois, minha filha recebeu uma ligação dizendo que ele tinha sofrido um acidente. Foi terrível para nós. Estamos arrasados”, complementou Maria de Lurdes, amparada por parentes e amigos.

Com 35 anos de praça, Valdir fez muitos amigos, entre eles o taxista Paulo César Moura, 55, que o conhecia há 10 anos. No cemitério, ele lamentou a morte de Valdir. “Perdi um grande amigo. Era uma pessoa tranquila, do bem. Que Deus conforte o espírito dele e a família também”, disse. 

O acidente com o taxista levou o Ademilton Paim, presidente da Associação Geral dos Taxistas (AGT), a abordar um problema que, segundo ele, vem atingindo a categoria. 

Aplicativos “Depois do surgimento dos aplicativos, a categoria tem trabalhado além do normal para garantir o sustento de sua família. Isso implica em duas consequências. O taxista acaba pegando qualquer tipo de passageiro sem se preocupar com a segurança e também trabalhando até 20 horas por dia e isso causa desgaste físico podendo resultar em acidentes”, declarou Paim.

Paim falou ainda na necessidade da criação de uma delegacia especializada para a categoria. “É necessário porque quando o taxista chega à delegacia não são bem tratados pelos policiais, que dizem que estão cheios de ocorrências para fazer ou mandam para outra unidade e o taxista ficar rodando, rodando, e acaba desistindo de prestar queixa”, disse.