Temer recebeu R$ 15 milhões e 'guardou 1 milhão no bolso', diz delator da JBS

Depoimento de Ricardo Saud foi prestado ao MPF

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  • Da Redação

Publicado em 19 de maio de 2017 às 20:52

- Atualizado há um ano

O presidente Michel Temer teria recebido R$ 15 milhões do Partido dos Trabalhadores, em 2014,  para financiar sua campanha à Vice-Presidência. Desse montante, Temer teria "guardado" R$ 1 milhão no bolso, segundo afirmou Roberto Saud, diretor da JBS, em depoimento de delação premiada prestado ao Ministério Público Federal.

O depoimento do diretor está em um vídeo de 23 minutos das delações prestadas pelo grupo JBS. O teor dos vídeos foi divulgado hoje (19) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após o ministro Edson Fachin ter retirado o sigilo das delações.

“Esses 15 milhões eram do PT, e o PT deu para o Temer usar na campanha de vice”, disse Ricardo Saud. Segundo o delator, ele comunicou a Temer que a campanha do PT autorizou o repasse, que fazia parte do saldo que o grupo JBS tinha com o partido para doações eleitorais. Conforme o delator, o dinheiro foi destinado ao PMDB e ao ex-deputado Eduardo Cunha (RJ), que hoje está preso em Curitiba, no âmbito da Operação Lava Jato.

“Veio a ordem para dar os R$15 milhões do PT para o PMDB para a campanha do Temer. Isso feito, eu fui lá e comuniquei ao Temer na vice-presidência, aqui em Brasília, eu disse que chegaram os 15 milhões, e ele me disse para eu dar uma semana que ele ia dizer como fazer com o dinheiro”, afirmou Saud. 

Saud declarou aos procuradores que o dinheiro era “propina dissimulada em forma de doação oficial”.

A Presidência da República negou que sejam verdadeiras as acusações contra o presidente Michel Temer. “As informações são falsas”, disse a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto, que afirmou que todos os recursos recebidos para a campanha de Temer em 2014 foram doações oficiais.

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