Tour do luxo: conheça os hotéis mais bafo de Paris e Amsterdã

Classe, charme e história são algumas das características dos hotéis que fazem de qualquer estada um sonho

  • Foto do(a) author(a) Hagamenon Brito
  • Hagamenon Brito

Publicado em 3 de fevereiro de 2017 às 07:10

- Atualizado há um ano

Hospedar-se em hotéis 5 estrelas é sempre bom, pois não. Temos melhores serviços ao nosso dispor e, convenhamos, quem não gosta de conforto e cafuné bom sujeito não é. Em dezembro, integrando uma press trip com mais seis jornalistas brasileiros, tive o prazer de me hospedar ou visitar alguns dos melhores hotéis de luxo de Paris e Amsterdã.

O que difere hotéis como o Lancaster, Le Bristol e Le Royal Monceau, na capital francesa, e Conservatorium e  L’Europe, na Holanda, de estabelecimentos de sua categoria mundo afora é que eles têm muita, mas muita história mesmo, tornando-os únicos, originais. Especialmente para turistas mais sofisticados, já que ter dinheiro para pagar as altas diárias não é tudo nesse caso.

No Lancaster, por exemplo, eu, popmaníaco, fiquei fascinado ao conhecer a suíte de l’Ange Bleu, onde a atriz e cantora alemã Marlene Dietrich (1901-1992) morou por três anos na década de 1930. Alguns objetos da diva - a 10ª lenda feminina do cinema americano - estão presentes na suíte, incluindo seu piano.

Na bela Amsterdã, fui hóspede do hotel palácio L’Europe, cujo prédio do século XIX é um marco da cidade. Alfred Hitchcock (1899-1980) filmou cenas de Correspondente Estrangeiro (1940) no hotel, que durante a Segunda Guerra foi usado por oficiais alemães.

Os cinco hotéis integram a The Leading Hotels of The World, principal associação de hotéis de luxo do mundo. Para reservas e mais informações, visite www.lhw.com ou ligue (11) 3171.4000/0800 0141819. 

*O jornalista viajou a convite da Gol, Air France-KLM e The Leading Hotels of The World

Hotel LancasterA diva do cinema Marlene Dietrich morou três anos na suíte 401, do Hotel Lancaster, em Paris, na década de 1930. A suíte Anjo Azul conserva alguns objetos da atriz alemã, incluindo o piano de cauda (fotos/divulgação)Construído como residência privada de um nobre espanhol em 1899 e transformado em hotel de luxo em 1930, o Lancaster combina intimismo e a típica elegância parisiense a poucos passos da Champs-Élysées, a avenida mais famosa da capital francesa.

Com 45 quartos e 11 suítes, numa decoração que mescla peças do século XIX com mobiliário sutilmente contemporâneo, o hotel mantém o ar de residência aconchegante, discreta e requintada - e ainda abriga o estrelado restaurante La Table du Lancaster (o jovem chef Julien Roucheteau nos preparou um jantar dos deuses).Detalhe da fachada do elegante Hotel Lancaster, que foi inaugurado como residência privada em 1889Esse ambiente especial do Lancaster o transformou no hotel parisiense de estrelas do cinema e da música como Marlene Dietrich, Greta Garbo, Clark Gable, Grace Kelly, Elizabeth Taylor & Richard Burton, Jane Fonda, Michael Douglas, Hilary Swank, Katy Perry, Bertolucci, Javier Bardem e Jennifer Lawrence.

Diva alemã naturalizada americana, Marlene Dietrich (1901-1992) está definitivamente ligada à memória do Lancaster: ela morou três anos na suíte 401, na década de 1930, que recebeu o nome de Ange Bleu (Anjo Azul), lembrando o filme de 1930 que deu fama internacional à artista. Visitar essa suíte de tons violetas é uma experiência estética e emocional marcante.

O Lancaster (www.hotel-lancaster.com) também é o hotel parisiense predileto da jornalista e escritora brasileira Danuza Leão, que entende tudo de estilo e tem muita personalidade.

Le Royal MonceauO estrelado Il Carpaccio é um dos restaurantes do Le Royal Monceau, hotel de luxo inaugurado em 1928Originalmente projetado pelo arquiteto Louis Duhayon e inaugurado em 1928, Le Royal Monceau honra a tradição de ter hospedado notáveis de épocas e atividades distintas, como Eisenhower, Winston Churchill, Hemingway, Charles Aznavour, Ray Charles, Coco Chanel, Josephine Baker, Robert De Niro, Madonna e Michael Jackson.

Tudo transpira história, beleza e elegância nas dependências do hotel francês (leroyalmonceau.com) onde, em maio de 1948, ocorreram as negociações que levaram à assinatura da Declaração de Independência de Israel por Ben Gurion e Golda Meir.

Reformado e reaberto em outubro de 2010, o hotel palácio da avenida Hoche tem 149 quartos, dos quais 61 suítes e três apartamento especiais de luxo, decorados pelo designer Philippe Starck. O estabelecimento inclui uma galeria de arte, um spa, livraria e uma sala de cinema. E tem os ótimos restaurantes Il Carpaccio, que serve comida italiana, e o japonês Matsuhisa.

Le BristolOs fofos e elegantes Kléopatre e Fa-Raon são gatos residentes do Hotel Le Bristol, em ParisPara um gatófilo, como eu, foi um prazer especial conhecer o Le Bristol, na famosa Rue du Faubourg Saint-Honoré, região de moda, arte e design. Entre os muitos atrativos, o hotel tem dois gatos residentes: Fa-Raon e Kléopatre. Da raça birmanesa, os elegantes felinos interagem com os hóspedes e gostam de ficar no balcão do concierge.

Inaugurado em 1925, com arquitetura clássica e luxuoso interior, que inclui um belíssimo jardim e uma piscina no 6º andar com vista para o horizonte parisiense, o Le Bristol abrigou a embaixada americana durante a Segunda Guerra.

Entre as personalidades que já ficaram no estabelecimento figuram Charlie Chaplin, Rita Hayworth, Mick Jagger, Sophia Loren, George Clooney e Woody Allen, que morou por três meses no hotel por ocasião das filmagens de Meia-Noite em Paris. O hotel (lebristolparis.com) também é famoso por seus refinados restaurantes. Sobretudo, o 114 Faubourg, onde almocei.

ConservatoriumDetalhe do lounge de entrada do lindo hotel holandês, que combina história com um design modernoCheguei em Amsterdã à noite, no dia 10 de dezembro passado, e fiquei imediatamente fascinado ao entrar no Conservatorium Hotel, no coração da Museumplein, pertinho do Rijksmuseum, Van Gogh Museum e do Stekelijk.

Impossível resistir à mistura de imponência neogótica histórica e design contemporâneo do hotel, inaugurado no fim de 2011 e onde já funcionaram um banco (no século XIX) e o Sweelinck Conservatory of Music. Entre a compra da grande propriedade e a reforma, o empresário israelense Alfred Akirov investiu cerca de 130 milhões de euros.

O hotel (conservatoriumhotel.com), com oito andares, tem 129 quartos nas mais diversas categorias. Em homenagem aos tetos altos originais, quase metade dos quartos é  em estilo duplex, com grandes janelas e vigas estruturais originais. Fiquei num desses e, em mais uma atitude de popmaníaco, pedi para visitar a suíte onde a pop star Rihanna havia se hospedado em junho de 2016.

L’EuropeAberto em 1896 e reformado em 2011, o incrível L’Europe fica no centro histórico de AmsterdãHotel palácio cujo prédio do século XIX ganhou o status de monumento nacional holandês em 2001, o L’Europe é um estabelecimento que, em mundo perfeito, todo homem culturalmente sofisticado deveria poder se hospedar, viver essa bonita experiência estética, histórica e gastronômica.  

De frente para o rio Amstel e com 85 quartos e suítes decorados em aveludados tons vermelhos e azuis, com quadros e obras de arte, o hotel fica no centro histórico de Amsterdã, o que facilita desde fazer comprinhas em lojas a beber cerveja nos bares vizinhos e voltar a pé numa boa na noite (e tomar banho numa banheira classuda com vista para o canal).

Contando com um ótimo restaurante, o L’Europe (deleurope.com) tem a maior adega de vinhos da cidade, com 9 mil garrafas e 900 rótulos de mais de 60 países. Um sonho para quem ama vinhos. Além disso, o bar do hotel, Bar do Freddy, em homenagem ao cervejeiro magnata Freddy Heineken (1923-2002), é um dos melhores da cidade.